Sobrinho recusa-se a revelar rendimentos mensais recebidos do BES
Porto Canal / Agências
Lisboa, 18 dez (Lusa) - O ex-presidente do BES Angola (BESA), Álvaro Sobrinho, escusou-se hoje a confirmar o valor anual superior a dois milhões de euros que receberia do BES e que foi referido por uma das deputadas da comissão parlamentar de inquérito.
"Ganhava mais de dois milhões de euros por ano", questionou Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda.
"Não lhe vou responder a essa pergunta do foro pessoal", respondeu Sobrinho, dizendo não compreender a utilidade da pergunta para os objetivos da comissão de inquérito.
Mariana Mortágua explicou que pretendia perceber como é que um homem que foi gestor de bancos, por melhor que fosse remunerado, tinha conseguido acumular uma fortuna pessoal como a de Sobrinho.
A deputada bloquista referiu as participações detidas por Sobrinho no capital de grupos de 'media', como a Newshold, o jornal i e o semanário Sol, bem como no Sporting.
"Faço parte de uma família angolana com posses. Os meus pais compraram-me uma casa em Cascais e um carro e vim para Portugal estudar", ilustrou.
E realçou: "Eu tenho os investimentos que eu tenho, mas não é o âmbito desta comissão. Quando esta comissão colocar estas perguntas a todas as pessoas que aqui vêm, que até podem ter mais do que eu, poderei responder".
Sobrinho relatou que entrou como técnico para o BES, tendo desempenhado funções quase sempre ligadas à área de ativos financeiros.
"Entre 2002 a 2012 trabalhei como presidente da comissão executiva do BESA e vice-presidente do Conselho de Administração do BESA. Saí da ESAF em finais de 2001 para começar com a operação [do BESA] que começou em 2002", informou.
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