BES: Salgado "alarmado" disse a Durão Barroso que queria pedir ajuda ao Governo

| Economia
Porto Canal

Durão Barroso disse hoje que recebeu Ricardo Salgado quando ainda era presidente da Comissão Europeia e que este se revelou “muito alarmado com a situação” no Banco Espírito Santo (BES) e que pretendia pedir ajuda ao Governo.

O ex-presidente da Comissão Europeia e ex-primeiro-ministro eleito pelo PSD falava aos jornalistas à margem de uma cerimónia de entrega de diplomas na Universidade Católica, em Lisboa, a propósito da intenção manifestada pelo Bloco de Esquerda de ouvir Durão Barroso na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES.

A intenção dos bloquistas surgiu após o antigo presidente do BES Ricardo Salgado ter afirmado, naquela comissão, que contactou o então presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, para o avisar sobre os problemas do GES, garantindo, no entanto, que não lhe solicitou qualquer ajuda para o grupo empresarial.

Durão Barroso confirmou que recebeu Ricardo Salgado e que este lhe expôs a situação do banco.

“Estava muito alarmado com a situação no banco. Deu-me a entender que queria pedir ajuda ao Governo, queria mais tempo e um programa especial do Governo português. Encorajei-o a falar com o Governo e ele disse que ia falar com o primeiro-ministro”, adiantou.

Durão Barroso sublinhou que recebeu Ricardo Salgado, tal como “os presidentes de quase todos os bancos portugueses: BCP, BPI, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos ou o governador do Banco de Portugal”.

“Com certeza que quando pessoas relevantes da economia portuguesa me pedem para falar comigo, enquanto, na altura, presidente da Comissão Europeia, os recebi e ouvi os seus argumentos”, adiantou.

O ex-primeiro-ministro disse ainda que se havia um banco em Portugal sobre o qual ele e a Comissão Europeia "tinha pouca informação era o BES”.

“O BES foi, dos grandes bancos portugueses, o único que não pediu apoio de recapitalização que havia e há para a banca portuguesa”, declarou.

Na altura, Durão Barroso disse achou o caso “um pouco estranho”, já que “os argumentos apresentados pelo banco em causa eram de que a situação na altura era boa nesse banco”.

Sobre a possibilidade de ir ao parlamento, Durão Barroso respondeu que ainda não recebeu “nenhuma indicação” nesse sentido.

Durão Barroso mostrou-se disponível para responder a qualquer pergunta que seja feita, à qual responderá, mas em princípio por escrito.

“Normalmente faço por escrito, pelo menos foi o que aconteceu no passado”, concluiu.

+ notícias: Economia

Consignação do IRS. Instituições receberam mais de 33 milhões de euros em 2023

Os contribuintes consignaram 33,2 milhões de euros de IRS em 2023, superando os 30,5 milhões atribuídos um ano antes, segundo dados do Ministério das Finanças.

Bruxelas elogia cortes "permanentes de despesa" anunciados pelo Governo

A Comissão Europeia saudou hoje o facto de as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro se basearem em "reduções permanentes de despesa" e destacou a importância de existir um "forte compromisso" do Governo na concretização do programa de ajustamento.

Bruxelas promete trabalhar "intensamente" para conluir 7.ª avaliação

Bruxelas, 06 mai (Lusa) -- A Comissão Europeia está empenhada em trabalhar "intensamente" para terminar a sétima avaliação à aplicação do programa de resgate português antes das reuniões do Eurogrupo e do Ecofin da próxima semana, mas não se compromete com uma data.