Nova vida para o Ramal da Alfândega só avança em 2025
João Nogueira
Afinal, ainda não é em 2024 que o Ramal da Alfândega começa a ser reconvertido. Ao contrário do que a autarquia tinha apontado, os planos para o antigo canal ferroviário do Porto só arrancam no próximo ano. Numa fase inicial está prevista a pavimentação para peões e bicicletas, surgindo mais tarde uma resposta de transporte público.
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Em maio deste ano, o vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, afirmava que a primeira fase começava a ganhar ritmo já em 2024, mas, agora, a autarquia avançou ao Porto Canal que os primeiros avanços só aconteçam no primeiro trimestre de 2025, com o lançamento do concurso para pavimentar o canal.
O futuro do ramal da Alfândega passa por um plano a ser concretizado em duas fases. Num primeiro momento, está prevista a pavimentação do piso para a circulação de modos suaves. Já num segundo momento, a ideia passa pela reconversão e adaptação do canal para a circulação de transporte público.
“O projeto de execução encontra-se na sua fase final de elaboração. Após conclusão do mesmo, serão promovidas as consultas às entidades externas e internas”, avançou a Câmara do Porto.
Implementação do transporte público
A reativação do canal por meio do transporte público deverá demorar mais tempo, uma vez que são envolvidas mais entidades (como a STCP Serviços) e o procedimento terá de ser apreciado e aprovado pelos órgãos municipais.
Segundo a Câmara do Porto, “encontram-se em curso os trabalhos para a elaboração das peças do procedimento relativo à exploração do Ramal da Alfândega”.
A recuperação do ramal da Alfândega, numa solução rodoviária, poderá custar cerca de 10,7 milhões de euros (1,2 milhões de euros referentes aos veículos e 9,5 milhões de euros referentes à infraestrutura), tendo como "cenário base" a ligação direta entre Campanhã e a Alfândega, segundo um estudo da STCP Serviços apresentado em outubro de 2023.
O túnel de 1320 metros, que continua atualmente totalmente conservado, serviu durante tempos de trajeto para as mercadorias que chegavam de barco à alfândega e que depois eram transportadas de comboio para o resto do país, a partir de Campanhã.
Em 1989, o ramal foi desativado oficialmente, e 35 anos depois, mantém-se um diálogo do que vai acontecer ao trajeto. Ciclovias, comboio ou meios de transporte mais leves foram algumas das ideias que foram sendo discutidas ao longo dos anos.
A vista para o Rio Douro, os 1320 metros em túnel e a ligação direta e mais rápida entre a Alfândega e o terminal de Campanhã, no Porto, são as vantagens do canal que deverá ganhar uma nova vida em breve.