Seis anos depois de o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social ter iniciado o processo de alienação do edifício, o antigo Asilo da Mendicidade do Porto continua sem destino, e a lançar um clima de insegurança nos moradores da zona das Fontainhas.

O nível de degradação do imóvel é cada vez mais evidente e, segundo relatos de vários moradores na zona envolvente, tem servido de abrigo a várias pessoas, que usam o edifício para pernoitar.

 

 

 

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De um dos lados do antigo lar, é possível ver um buraco no gradeamento, por onde, alegadamente, entram e saem. “Eles dormem ali, de qualquer maneira. Isto, o mais certo, que é o que se fala, é a droga”, diz José Teixeira. O morador de 74 anos diz não sentir medo, mas também “não dá confiança”.

Os comentários ao longo do bairro são unânimes. Além de lamentarem a degradação evidente do antigo “lar dos velhinhos”, referem a insegurança instalada pelos rostos desconhecidos que “têm de viver de alguma coisa”, desconfiando de possíveis assaltos.

“Já me disseram que são mais de 20”, diz Luís Diogo, proprietário de uma pequena mercearia na Rua de Gomes Freire. Para o comerciante de 75 anos, o sítio “transformou-se, assim, numa zona perigosa e pouco iluminada”, garantindo “condições bárbaras” para quem lá habita.

O processo de alienação do antigo Asilo da Mendicidade do Porto, iniciado em fevereiro de 2018, atribuiu o primeiro lugar à proposta da Capital Urbano e o segundo lugar à da Prestige Balcony. Mas a interpretação da submissão de propostas por via eletrónica motivou a entrada de uma ação no Tribunal Administrativo e Fiscal, que ainda não se encontra concluída.

O Porto Canal contactou o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, mas não obteve resposta em tempo útil, a propósito do processo de alienação do edifício, assim como de degradação e eventual ocupação do mesmo.