IL e PCP contra Rui Moreira na participação do poder local na comunicação social. PSD abstém-se
Porto Canal
O movimento independente "Rui Moreira: Aqui Há Porto” levou a votação da reunião de câmara desta segunda-feira uma proposta que recomenda ao Governo que seja alargada às instituições de poder local a possibilidade de participarem em empresas de comunicação social. Ilda Figueiredo, vereadora eleita pelo PCP, bem como Ricardo Valente, vereador liberal eleito pelas listas independentes, votaram contra. O PSD absteve-se.
Na proposta, aprovada com os votos a favor do Partido Socialista, do Bloco de Esquerda e dos vereadores do movimento de Rui Moreira (com excepção de Ricardo Valente), a câmara recomenda ao Governo "que seja estendida às instituições de poder local a possibilidade legal de participar em empresas de comunicação social, à semelhança da possibilidade existente no Estado central".
O movimento assume estar preocupado com o despedimento de mais de 150 profissionais e jornalistas do Global Media Group, em particular dos que trabalham no Porto em títulos como o Jornal de Notícias, a TSF e O Jogo.
Os independentes defendem que face à missão de serviço público prestada é "hora de as instituições públicas e os decisores políticos nacionais enfrentarem o problema da viabilidade financeira e da autonomia dos órgãos de comunicação social".
Para o movimento, que nas eleições autárquicas de 2021 elegeu Rui Moreira para um terceiro e último mandato à frente da Câmara do Porto, o poder local pode ser "convocado para a resolução deste problema".
"O Estado português detém e participa em grupos de comunicação social que dão repetidas provas de autonomia e independência editorial perante os poderes instituídos", referem os independentes, lembrando que as consequências do processo de despedimento coletivo no GMG "seriam demasiado ruinosas para o jornalismo".
"Motivo pelo qual nos recusamos a assistir impavidamente à destruição de valor de um dos mais antigos jornais portugueses", observa o movimento liderado há cerca de um ano pelo vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo.