“O centralismo dita que os polícias sejam formados em Lisboa”, aponta Nuno Cruz 

“O centralismo dita que os polícias sejam formados em Lisboa”, aponta Nuno Cruz 
| Porto
Porto Canal / Ana Mota

A preocupação é conjunta e gera alarme em várias freguesias do Porto. Com a deslocação dos consumidores de droga do Bairro da Pasteleira Nova e Velha o comércio de droga viajou para outras zonas da cidade. Autarcas eleitos pelo Movimento de Rui Moreira pedem mais policiamento e falam num sentimento de “desacreditação nas forças de segurança”.

O problema estende-se por várias zonas da cidade. No centro histórico, embora o fenómeno não seja novo, tem-se vindo a agravar nos últimos meses. “Neste momento não há polícias na rua e isso faz com que o tráfico e o consumo possa acontecer em todo lado. Vemos consumidores a injetarem-se em qualquer sítio, sem qualquer constrangimento, os moradores pedem ajuda e a resposta é que não há elementos suficientes”, explica o presidente da junta do Centro Histórico do Porto.

Para Nuno Cruz o problema é antigo e prende-se com a falta de elementos devido ao desinteresse na profissão. “O centralismo dita que têm que ser formados polícias em Lisboa que ficam por lá durante dez anos. Só no final desse tempo conseguem vir para perto de casa. Uma pessoa que queira ir para polícia tem que ganhar 900 euros e pagar uma casa em Lisboa. Não sei com que dinheiro”, diz.

O problema de contingente policial afeta várias zonas da cidade do Porto que se vêem afetadas pelo aumento do consumo de droga na vida pública. “A situação continua a ser preocupante uma vez que continuam a chegar relatos de moradores relativamente ao aumento de furtos e do sentimento de insegurança na freguesia. A presença de consumidores de droga é muito mais notória na freguesia desde a deslocação da pasteleira”, expõe Paulo Ribeiro, presidente da Junta de Freguesia de Campanhã.

Os presidentes de várias freguesias do Porto vão reunir esta semana com o Comando Metropolitano da PSP do Porto de forma a exporem as preocupações de cada zona da cidade.

Esta segunda-feira será apresentada uma moção pelo grupo municipal de Rui Moreira, na assembleia municipal agendada para às 21 horas. O documento, a que o Porto Canal teve acesso, refere uma “sensação de insegurança”, a que não tem correspondido “um aumento de efetivos policiais na cidade”. O movimento independente enumera aqueles que considera serem os maiores problemas de segurança na cidade e regressa a um dos temas que tem mantido no topo da atualidade ao longo do último mandato de Moreira à frente da Câmara Municipal do Porto.

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