BES perdeu quase 2 MME em depósitos em 12 meses
Porto Canal
O montante aplicado em depósitos no BES desceu de 37,91 mil milhões de euros em junho de 2013 para 35,93 mil milhões de euros em junho último, um recuo próximo de dois mil milhões de euros.
Já os recursos totais de clientes recuaram 865 milhões de euros (-1,5%) para 57,7 mil milhões de euros, em termos homólogos, uma vez que na rubrica relativa a 'outros recursos de clientes', em junho, o Banco Espírito Santo (BES) conta com 753 milhões de euros quando, quando no mesmo mês do ano passado este item estava a zeros.
Só no segundo trimestre do ano (entre abril e junho) os depósitos baixaram 310 milhões de euros, de acordo com o relatório divulgado pelo BES na quarta-feira à noite.
Quanto ao crédito a clientes (bruto), a nível semestral, houve uma evolução positiva de 0,3% para 51,3 mil milhões de euros, colocando o rácio de crédito sobre depósitos nos 126%.
O crédito a particulares ascendeu a 12,9 mil milhões de euros (-4,4% em termos homólogos) com o 'grosso do bolo' alocado ao crédito à habitação (10,7 mil milhões de euros).
No que diz respeito ao crédito a empresas, houve um avanço de 2% para 38,4 mil milhões de euros, "decorrente da consolidação do BES Vénétie", segundo o banco.
Os ativos totais atingiram 93,4 mil milhões de euros, uma descida de 2,8% correspondente a uma variação absoluta de quase 3 mil milhões de euros.
No mesmo período, o ativo recuou 2,9% para 80,2 mil milhões de euros, com a maior parte da queda a registar-se no segundo trimestre. Já o passivo subiu de 75,4 mil milhões de euros para 75,9 mil milhões de euros.
O total de capital próprio caiu de 7,2 mil milhões de euros para 4,2 mil milhões de euros.
A margem financeira caiu de 470,4 milhões de euros em junho de 2013 para 287 milhões de euros em junho de 2014, ao passo que os proveitos operacionais baixaram de 992,3 milhões de euros para 234,2 milhões de euros em junho último.
Os custos operacionais cresceram de 1,3 mil milhões de euros no primeiro semestre do ano passado para 4,8 mil milhões de euros na primeira metade deste ano.
Ao nível da qualidade do crédito, o rácio do crédito em incumprimento sobre o crédito total fixou-se em 7,5%, enquanto o rácio do crédito em risco sobre o crédito total ficou nos 11,5%.