Consulta pública ao troço do TGV Oiã-Soure termina com 996 participações

Consulta pública ao troço do TGV Oiã-Soure termina com 996 participações
| Norte
Porto Canal / Agências

A consulta pública ao traçado da linha de alta velocidade entre Oiã (Oliveira do Bairro) e Soure terminou na segunda-feira, com um total de 996 participações, num processo que motivou críticas de autarquias e habitantes.

De acordo com o portal participa.pt, consultado esta terça-feira pela agência Lusa, a consulta pública do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do troço entre Oiã e Soure (nos distrito de Aveiro e de Coimbra, respetivamente), que decorreu entre 19 de junho e 31 de julho, gerou 996 participações, mais 174 que no troço entre Porto e Aveiro (lote A).

Este troço, com uma estimativa de investimento de 1,3 mil milhões de euros, é o lote B da ligação entre Porto e Soure, que corresponde à primeira fase da linha de alta velocidade Porto-Lisboa.

O projeto atravessa os concelhos de Pombal, Soure, Condeixa-a-Nova, Coimbra, Cantanhede, Mealhada, Anadia, Oliveira do Bairro e Aveiro, contemplando, para além da linha de alta velocidade, a duplicação da Linha do Norte na entrada e saída de Coimbra e a criação de uma estação intermodal em Coimbra-B.

Ao longo do processo de consulta pública, algumas autarquias criticaram o projeto, com a Câmara de Anadia a ser a mais vocal em torno da linha de alta velocidade, tendo lançado, inclusive, uma petição contra aquele investimento.

Na petição, aquela autarquia do distrito de Aveiro considera que os três traçados propostos que passam no seu concelho “apresentam diversos impactos negativos para a população e para o território, em termos ambientais, sociais e económicos, tais como expropriação de terrenos, demolição de habitações, destruição de património natural e paisagístico de reconhecido valor (como vinhas, linhas de água e aquíferos) e excesso de ruído e vibrações”

“É difícil fazer opções, porque não podemos empurrar o traçado que menos nos serve para prejudicar o vizinho. De facto, estas opções, entre casas ou vinhas, é de muito difícil decisão, na medida em que em ambas estão as pessoas e, portanto, o prejuízo está lá, sobretudo para as pessoas”, sustentou o município liderado por Teresa Cardoso, eleita pelo Movimento Independente Anadia Primeiro (MIAP), que defende o abandono do projeto.

Na Assembleia Municipal de Coimbra de 29 de junho, vários moradores da União de Freguesias de Taveiro, Ameal e Arzila, concentraram-se na reunião, para mostrar o seu desagrado face ao traçado de alta velocidade no concelho, tendo o presidente da junta (eleito pela CDU), Jorge Mendes, apresentado uma moção a exigir alternativas, que acabou por ser aprovada por aquele órgão municipal.

Numa sessão de discussão pública promovida em Coimbra, a 13 de julho, vários residentes daquela união de freguesias, mas também da União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, assim como o seu presidente de junta, manifestaram a sua preocupação pelos impactos da futura linha.

Na ocasião, o presidente da junta, Jorge Veloso (PS) considerou que o projeto condenava Ribeira de Frades a “desaparecer do mapa”.

Na altura, vários ambientalistas também criticaram a criação de uma nova ponte ferroviária sobre a Mata do Choupal, defendendo a estação de alta velocidade em Taveiro.

Os municípios da Mealhada e de Oliveira do Bairro defenderam a adoção de traçados com menor impacto para a população, a Câmara de Condeixa-a-Nova rejeitou “veementemente” uma das propostas de passagem da linha e a Câmara de Cantanhede afirmou que só admite o projeto, caso sejam acautelados eventuais problemas com habitações.

Também a Câmara de Coimbra vai defender o eixo que prevê menos casas afetadas, referindo que ia propor alterações no traçado para reduzir o número de demolições.

A Câmara de Coimbra afirmava que iria ainda propor um plano de renovação e de expansão para poente da Mata Nacional do Choupal, que será afetada pelo projeto.

O projeto de alta velocidade Lisboa-Porto, com um custo estimado de cerca de 4,5 mil milhões de euros, prevê uma ligação entre as duas cidades numa hora e quinze minutos, com paragem possível em Leiria, Coimbra, Aveiro e Vila Nova de Gaia.

O desenvolvimento de projeto e construção da primeira fase (Porto-Soure) está previsto para os intervalos entre 2024 e 2028, e Soure-Carregado (a ligação a Lisboa terá desenvolvimento posterior) entre 2026 e 2030.

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