Rui Moreira: “Traficantes de droga não merecem viver em habitação social”

Rui Moreira: “Traficantes de droga não merecem viver em habitação social”
| Porto
Ana Francisca Gomes e Hugo Costa

O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, afirmou esta sexta-feira que pessoas que sejam condenadas por tráfico de droga “não merecem” ter habitação social da autarquia e que vai atuar "em conformidade" com a lei. As declarações foram feitas um dia após uma megaoperação da PSP que resultou na detenção de 15 pessoas, no resultado de mais de 50 buscas domiciliárias e não domiciliárias.

“Nós esperamos que os tribunais atuem de forma célere e há uma coisa que quero deixar aqui clara: todos aqueles que forem condenados por tráfico não podem viver em casas da Câmara Municipal do Porto”, garantiu o autarca em declarações aos jornalistas.

O Dispositivo da Polícia de Segurança Pública (PSP) do Comando Metropolitano do Porto levou a cabo esta quinta-feira uma megaoperação de combate ao tráfico de droga, com mais de 50 buscas domiciliárias e não domiciliárias, que resultou em quinze detidos. Foram apreendidos 11 quilos de estupefacientes que poderiam render, caso chegassem aos consumidores, um milhão de euros.

Questionado sobre o então número de pessoas que podem vir a ficar sem habitação social devido ao tráfico, Rui Moreira disse não saber de quantos números se tratam. Mas garantiu: “essas pessoas não merecem ter habitação social”.

“A habitação social é para aqueles que precisam. Aliás, basta ver pelo dinheiro que foi apreendido. Se é verdade os números que vieram a público, que eu li na comunicação social, essas pessoas, de facto, não precisam de viver em casas em que a renda são, em alguns casos, 12 euros e, em média, 50 euros. Não podem. Nós não os queremos a viver em habitação social.”

O autarca garantiu que o município, perante os casos que cheguem a receber uma condenação, vai atuar em conformidade com a lei. “A lei é muito clara. Nós não baseamos medidas em função de acusações. A justiça funciona se as pessoas forem condenadas. Nós atuaremos em conformidade como já fizemos no passado e continuamos a fazer”.

Salas de consumo têm que ser um esforço coletivo da Área Metropolitana do Porto

O presidente garantiu ainda que a sala de consumo assistido é um projeto que vai continuar e avançou que o município “pretende e acredita que é possível adotar na cidade novos equipamentos nesta matéria”, mas tem que ser feito em conformidade com os outros municípios da Área Metropolitana do Porto

“Nós não estamos num microfenómeno. O Porto não é uma ilha. Nós temos um mercado ilegal que está a funcionar. Temos ali quer traficantes quer consumidores que não são da cidade do Porto e nós precisamos que este seja um esforço, no mínimo, metropolitano.”

As declarações do autarca portuense são feitas um dia depois da estreia de "Na Margem”, uma Grande Reportagem Porto Canal que, tendo por base a demolição do Bairro do Aleixo, centro nevrálgico do tráfico de droga no Porto, já nos anos 2000, procurou responder às questões: quais são e como estão os novos locais de tráfico e consumo na cidade? O que resta do Bairro do Aleixo e o que aconteceu aos ex-moradores e ao sentimento de bairrismo?

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