“Não Deixaremos Morrer a Seiva Trupe”. Companhia de teatro do Porto entregou petição no Ministério da Cultura

“Não Deixaremos Morrer a Seiva Trupe”. Companhia de teatro do Porto entregou petição no Ministério da Cultura
| Porto
Porto Canal/Agências

O movimento “Não Deixaremos Morrer a Seiva Trupe” entregou hoje no Ministério da Cultura, em Lisboa, uma petição em defesa desta companhia de teatro do Porto, que conseguiu reunir mais de 5000 assinaturas, segundo os números avançados pelos promotores.

O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, rotulou hoje, no Porto, de “paradoxal” que a companhia de teatro Seiva Trupe tenha entregado uma petição a pedir apoio no mesmo dia em que um grupo de lesados o fez.

O movimento de apoio à Seiva Trupe surgiu na sequência da exclusão da companhia dos apoios do Programa de Apoio Sustentado da Direção-Geral das Artes (DGArtes), para o quadriénio 2023/2026, no final de novembro passado, quando os resultados dos concursos foram divulgados.

A Seiva Trupe ficou em penúltimo lugar, na modalidade quadrienal dos concursos na área de teatro, com uma classificação de 66%, não tendo sido proposta para o pedido de apoio de 1,2 milhões de euros, por "ter sido esgotado o montante global disponível".

A petição reclama "a rápida resolução da situação criada à Seiva Trupe […], excluída de apoio apesar de pontuada favoravelmente" pelo júri, atribuindo ao ministro "a responsabilidade e decisão políticas" de resolver a situação, seja "resgatando as estruturas elegíveis" ou "adotando medidas excecionais para situações excecionais, como o caso da icónica Companhia do Porto e outras de idêntica referência nacional".

Pedro Adão e Silva, nas suas declarações, hoje, estabeleceu o paralelo entre a entrega da petição do movimento “Não Deixaremos Morrer a Seiva Trupe”, com a de uma providência cautelar, no Tribunal Administrativo de Lisboa, por 13 estruturas artísticas, de um grupo de 18, que se consideram lesadas nos apoios bienais dos mesmos concursos, por terem sido excluídas, apesar de terem sido consideradas elegíveis.

“É muito paradoxal que no mesmo dia em que há um conjunto de entidades que concorreram aos concursos bienais, e que pedem que uma parte da verba que foi afeta aos quadrienais vá para os bienais [...], haja uma entidade que concorreu aos quadrienais, que não foi proposta para apoio porque ficou muito longe da linha de corte que reclame, também um reforço do quadrienal”, afirmou o governante, em declarações à margem da apresentação do projeto “Fertile Futures”, que vai representar Portugal na Bienal de Veneza de Arquitetura, com curadoria de Andreia Garcia.

Para Pedro Adão e Silva, ainda sobre este tema, “o que o ministro deve fazer é reforçar o financiamento à Cultura, garantir que há estabilidade e um sistema consolidado”.

“Quero só dar nota que a categoria de histórico é considerada na avaliação dos júris, os júris consideram [essa componente] [...]. Tanto é assim que uma parte grande das estruturas com níveis de financiamento mais elevado, de 400 mil euros por ano, são entidades históricas, que há muito tempo têm apoio. Há algumas entidades que já perderam o apoio no concurso anterior e que voltam a não ser propostas para apoio. A Seiva Trupe não é a primeira vez que não é apoiada”, acrescentou Adão e Silva.

No final de novembro, em entrevista à agência Lusa, o responsável da companhia, Jorge Castro Guedes, disse que ia avançar com um “requerimento hierárquico” ao ministro da Cultura, para reverter a exclusão do apoio estatal, sob pena de a estrutura acabar.

De acordo com as regras dos concursos, os candidatos são elegíveis para apoio com classificações acima de 60%.

A Seiva Trupe também tinha sido excluída do programa de apoio sustentado da DGArtes, para o quadriénio de 2017-2021, e na altura admitiu "fechar as portas", como o então responsável e encenador da companhia, Júlio Cardoso, disse à agência Lusa, tendo cancelado a estreia da peça de Bernardo Santareno "O crime de Aldeia Velha", pela falta de fundos.

Em 2020, já sob a direção de Castro Guedes, a Seiva Trupe foi abrangida pela linha de apoio às entidades artísticas, no âmbito do Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), criada pelo Governo em resposta às condições impostas pelo confinamento.

Em maio de 2022, a Seiva Trupe estreou “Rap Global: E como, se?”, baseado no livro de poemas “Rap Global”, do sociólogo Boaventura de Sousa Santos, com encenação de Sandra Salomé e um elenco de jovens atores, em início de carreira.

Entre os subscritores da petição hoje entregue no Ministério da Cultura estão, segundo o movimento de apoio, personalidades como os encenadores Carlos Avilez e João Mota, o investigador Manuel Sobrinho Simôes e o presidente do FC Porto Jorge Nuno Pinto da Costa.

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