TAP. IL acusa António Costa de ser o “grande responsável político”

TAP. IL acusa António Costa de ser o “grande responsável político”
| Política
Porto Canal/Agências

O líder da IL (Iniciativa Liberal), Rui Rocha, defendeu esta segunda-feira que deve haver um “julgamento político” sobre a gestão da TAP, acusando o primeiro-ministro, António Costa, de ser o “grande responsável político” pela situação da companhia aérea.

“António Costa é o grande responsável político por toda esta situação. Como a IL tem dito desde do início, muitas vezes sozinha e não acompanhada, estamos perante uma péssima decisão política que foi a renacionalização da TAP”, afirmou Rui Rocha, em declarações à comunicação social na cidade açoriana da Horta.

Para Rui Rocha, existe uma “tentativa” de “ilibar o poder político” da situação, considerando que deve existir um “julgamento de censura politica muito forte” sobre o primeiro-ministro António Costa.

“Tem de haver um julgamento político sobre a gestão da TAP no seu conjunto. Nós não podemos ver o poder politico, o governo, a ficar de fora de uma avaliação sobre a condução de todas estas situações”, reforçou.

A Inspeção-Geral das Finanças (IGF) concluiu que o acordo celebrado para a saída de Alexandra Reis da TAP é nulo, adiantou o Governo, que vai pedir a restituição dos valores.

Na sequência do relatório da IGF, o Governo exonerou o presidente do Conselho de Administração e a presidente executiva da TAP, Manuel Beja e Christine Ourmières-Widener.

O presidente da IL afirmou que o relatório da IGF confirma o “óbvio”, referindo-se à existência de uma “gestão inadequada” na saída de Alexandra Reis da transportadora.

“Temos uma consequência grave. A demissão em direto na televisão de uma equipa de gestão da TAP. Isso contraria aquilo que o primeiro-ministro foi dizendo ao longo do tempo de que se tratavam de casos e casinhos. Isto não é um casinho. É um caso grave”, realçou.

O liberal considerou ainda que as decisões políticas sobre a TAP demonstraram uma “falta de respeito pelo dinheiro dos contribuintes”.

“Tudo isto não devia ter acontecido. A TAP deveria ter permanecido uma empresa privada porque quem paga no final todos estes atos de gestão e todas essas decisões politicamente erradas são os portugueses. É preciso chamar a António Costa à responsabilidade”, insistiu.

Sobre o novo presidente da TAP, Luís Rodrigues, que liderava a companhia açoriana SATA, Rui Rocha disse esperar que se “encontre uma gestão competente e estável” para conduzir o processo de privatização.

“Não vou fazer comentários concretos sobre a pessoa. A TAP, como se sabe, está num processo de início de diligências no sentido da sua privatização. Essa privatização é urgente”, assinalou.

O ministro das Finanças defendeu que o Governo adotou as decisões necessárias para o bom funcionamento da TAP e para um “virar de página”, no âmbito do processo que envolveu Alexandra Reis.

Para a IGF, independentemente de Alexandra Reis ter saído por "denúncia ou demissão por mera conveniência", esta "terá de devolver à TAP os valores que recebeu na sequência da cessação de funções enquanto Administradora, os quais ascendem a 443.500 euros, a que acrescem, pelo menos, 6.610,26 euros, correspondentes a benefícios em espécie".

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