“Acho que não foi o Benfica a pagar”. Ferreira Nunes confirma que Paulo Gonçalves patrocinou viagem a Dortmund
Porto Canal
O antigo vice-presidente do Conselho de Arbitragem começou a ser ouvido como testemunha no chamado “caso dos emails”. Em mais uma sessão do julgamento, Ferreira Nunes assumiu ter viajado de borla até à Alemanha para ver o Benfica.
“Não tenho noção de que tenha sido um clube a pagar fosse o que fosse. Eu pedi ao Dr. Paulo Gonçalves”, alegou o antigo responsável pela secção de classificações dos árbitros de futebol, que confirmou o uso dos pseudónimos “atento.arbitragem” e “Frankc Vargas” para comunicar sob disfarce com gente ligada ao emblema da Luz.
Questionado sobre a filiação clubística, Ferreira Nunes garantiu ser adepto e “sócio da Associação Desportiva e Cultural da Adémia”, clube que atualmente ocupa o 11.º lugar da 1.ª Divisão Distrital de Coimbra.
“Tenho uma simpatia clubística pelo Benfica como tenho pelos outros clubes todos”, sentiu necessidade de acrescentar - ao mesmo tempo que procurou ilibar os encarnados de qualquer responsabilidade nos pagamentos da sua deslocação a Dortmund para ver o Benfica perder 4-0.
Confirmados pelo próprio ficaram os factos de não ter embolsado bilhetes, alojamento e voos para o jogo da Liga dos Campeões. “Admito que não tenha pago”, desabafou.
Confrontado com os e-mails enviados pelo “alter ego” Frankc Vargas, Ferreira Nunes reconheceu ter pedido a Paulo Gonçalves “que indicasse alguém” para o ajudar com um “parecer para a candidatura à AF Coimbra”.
O então Assessor Jurídico da SAD do Benfica “indicou Alexandre Mestre e Ricardo Costa”, este último anterior presidente da Comissão Disciplinar responsável pelos duríssimos castigos ao FC Porto, a Hulk ou Sapunaru durante os anos de mandato na Liga.
Depois de receber uma fatura relativa a esse mesmo parecer no valor de 18 mil e 450 euros, o ex-responsável pela classificação dos árbitros revelou tê-la enviado para o endereço de Paulo Gonçalves no Benfica “para saber se era normal” porque achou o “valor exagerado”. “Paguei mais tarde em prestações”, adiantou