Iniciativa Liberal “não quer ser figura decorativa do movimento” de Rui Moreira
Porto Canal
A concelhia do Porto da Iniciativa Liberal (IL) está a remeter às juntas de freguesia propostas de melhoria dos planos de atividades para 2023. Fonte do movimento de Rui Moreira avança ao Porto Canal que o documento foi recebido com “estranheza”, já que os liberais foram eleitos em listas conjuntas com os independentes. Ricardo Gouveia, líder dos liberais no Porto, afirma que o partido não quer ser uma “figura decorativa.”
O líder da concelhia da Iniciativa Liberal no Porto, Ricardo Gouveia, em declarações ao Porto Canal, explica que o documento com propostas para as juntas de freguesia no Porto “é entregue no contexto do trabalho que é feito com a bancada do movimento Aqui Há Porto!. O documento foi, no entanto, recebido com “estranheza” pelo movimento de Rui Moreira. Fonte dos independentes lembrou que Iniciativa Liberal e independentes “foram eleitos na mesma lista (Aqui há Porto!) e não em acordo” pós-eleitoral, pelo que não deveria haver propostas isoladas.
Ricardo Gouveia explica que a proposta “não é nenhum recado para os diversos presidentes de junta", mas antes "um contributo para as bancadas do movimento Aqui Há Porto! na produção do seu próprio documento". Isto porque, garante Ricardo Gouveia, sendo a terceira força política da cidade, "a Iniciativa Liberal não quer ser uma figura decorativa dentro do movimento” de Rui Moreira.
O presidente da concelhia liberal, que viu recentemente o vereador Ricardo Valente, também militante do partido, abandonar o movimento independente, como avançou o Porto Canal em primeira mão esta segunda-feira, diz que continua empenhado no acordo de coligação: "A IL decidiu integrar o movimento na altura da candidatura, mantemo-nos firmes relativamente a isso, agora somos parte integrante e queremos apresentar também trabalho.”
O líder do núcleo do Porto da IL não quer ser deixado de fora no documento do movimento Aqui há Porto!, e diz esperar que as propostas remetidas pela IL sejam incluídas no plano de atividades das juntas.
Tensão entre independentes e IL
A saída de Ricardo Valente do movimento independente, a poucas semanas da eleição de Filipe Araújo como presidente da associação Porto, o Nosso Movimento, não foi o primeiro sinal de tensão entre a IL e os independentes.
Segundo uma fonte do movimento de Rui Moreira ouvida pelo Porto Canal, tem havido um “mau estar” latente entre os independentes e a IL, que no dia 30 de setembro já resultou na demissão da liberal Fátima Ferreira da Silva, militantes liberal e até então vice-presidente da bancada municipal.
Durante o período dedicado à apreciação da atividade do município, a também vogal da junta de freguesia de Lordelo do Ouro e Massarelos tinha pedido a palavra na última reunião de setembro para denunciar o que considerava ser um "ambiente de insegurança que se vive” com o consumo de substancias ilícitas nas imediações do jardim do Fluvial.
Rui Moreira acusou a deputada de fazer “pura demagogia” e de não apreciar “pura demagogia” no seu movimento.
Na Assembleia Municipal do Porto de 28 de outubro, três deputados do movimento independente de Rui Moreira também membros da Iniciativa Liberal abstiveram-se na votação da proposta do executivo de suspender a aprovação dos novos registos de estabelecimento de Alojamento Local.
Tiago Mayan Gonçalves desvaloriza polémica
Tiago Mayan Gonçalves, candidato às eleições presidenciais de 2021 e presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, esclarece que vários partidos já entraram em contacto em relação ao Plano. "Recebi já contributos do BE, da CDU e do PS e irei ter também uma reunião, que me foi pedida pelo PSD, para que também me dê os seus contributos."
Tiago Mayan Gonçalves, presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde descarta qualquer polémica na missiva da IL.
"Faz parte do processo, aliás, nós temos o dever de enquanto presidentes de Junta [...] o dever de auscultação das várias faixas políticas representadas na bancada para eventuais propostas e contributos para as nossas Grandes Opções do Plano. É algo até exigido pelo estatuto da oposição, que temos de respeitar."