“Missas, padres, juventude operária e primeiro-ministro.” Adão Mendes revela em tribunal nomes de código dos e-mails
Porto Canal
Na sessão desta manhã do julgamento relativo à divulgação de e-mails do Benfica no Porto Canal, Adão Mendes revelou o significado de alguns dos nomes de código usados na troca de correspondência, de modo a ocultar as identidades dos envolvidos.
Durante a divulgação dos e-mails do Benfica no Porto Canal, em 2017, Adão Mendes, até então praticamente desconhecido do público, tornou-se um dos nomes centrais do enredo. Segundo Francisco J. Marques, Mendes serviu de interface entre o clube da Luz e o mundo da arbitragem.
O envio de informação confidencial sobre árbitros para o Benfica, através de correspondência trocada com Pedro Guerra, vinha acompanhado de uma vasta lista de nomes de código: “padres”, “missas”, “juventude operária”, “primeiro-ministro”, “esfolar do cabrito” são disso exemplo.
Segundo Adão Mendes, o código “missas” era relativo a jogos de futebol, enquanto “padres” eram os árbitros. Já quando se referia à “juventude operária”, Adão Mendes reconheceu que falava das “camadas jovens.” Questionado sobre quem era o "primeiro-ministro", Adão Mendes começou por garantir que não se recordava, mas acabou por confessar que era mesmo Luís Filipe Vieira.
“Se não fosse o trabalho dos presidentes do Benfica, do Sporting, do Braga e do Vítor Pereira”, garante, a arbitragem não tinha alcançado o prestígio que tem.
Confrontado com uma das declarações mais polémicas contidas nos e-mails - “Quem nos prejudicar sabe que é punido” -, confessou estar a falar do Benfica. Mendes disse ainda que Paulo Gonçalves chegou a pedir-lhe opinião sobre quais eram os árbitros candidatos a assistentes da liga que mereciam mais serem promovidos.