TAP não aposta na Europa, mas low costs reforçam destinos. Como vai ser o inverno no Aeroporto do Porto?
Porto Canal
A TAP vai manter, no inverno de 2022, a estratégia utilizada no ano passado para o Aeroporto Francisco Sá Carneiro: apostar nas ligações diretas com o Brasil e na ponte aérea para Lisboa. De fora do investimento da companhia área nacional ficam, mais uma vez, os principais destinos europeus, mas as low costs vão tentar suprir as necessidades da região norte. É o retrato da temporada de inverno no Aeroporto do Porto, que arranca já no mês de novembro.
Segundo os dados do Inverno IATA 2022, a TAP vai disponibilizar 785 mil lugares no Aeroporto do Porto. O número é superior ao do ano passado, que se fixou nos 550 mil, mas ainda não se aproxima ao período pré-pandemia. Em 2019, a companhia aérea nacional transportou mais de um milhão de passageiros durante a temporada de inverno.
Tal como em 2021, neste inverno, a TAP decidiu não voar para Amesterdão, Bruxelas, Madrid, Milão e Munique. A companhia vai ainda reduzir a operação, a partir do Porto, para o Luxemburgo e Zurique, face à oferta pré-pandemia (2019).
Mantém-se assim a estratégia já anunciada pela TAP de reforçar os destinos intercontinentais e a ponte aérea para Lisboa. Este inverno, a empresa vai disponibilizar 485 mil lugares com destino à capital, mais 210 mil do que no ano passado. Para o Rio de Janeiro, no Brasil, o aumento é de 10 mil lugares e para São Paulo de 15 mil.
Low costs tentam suprir necessidades do Porto
Ao contrário da TAP, as companhias áreas de baixo custo parecem empenhadas em apostar no Porto, sobretudo nas ligações entre a Invicta e os principais destinos europeus. Para a Amesterdão, a Transavia mantem os 50 mil lugares disponibilizados no ano passado, um aumento de 5 mil, face a 2019. Já para Bruxelas, por exemplo, a Ryanair domina o mercado. Para os dois aeroportos da cidade, a companhia irlandesa oferece, este inverno, 75 mil lugares a partir do Porto.
Olhando para os restantes destinos que a TAP dispensou na temporada que se aproxima, Madrid é o que regista maior investimento por parte das companhias low cost. A easyJet vai estrear-se a voar para este destino, a partir do Porto, disponibilizando 25 mil lugares. Já a Ryanair decidiu aumentar a capacidade em 20 mil bilhetes.
A Ryanair mantém ainda a aposta em Barcelona, Berlim, Copenhaga, Dublin, Liverpool ou Málaga, por exemplo. A easyJet, por sua vez, continua como concorrência forte nos voos para Genebra, Londres, Praga e Zurique.
TAP e low costs “lutam” pelo controlo do Funchal
Além da ponte aérea para Lisboa, das viagens para o Brasil, Londres e Paris, a TAP vai também reforçar, na temporada de inverno, as ligações entre o Porto e o arquipélago da Madeira. Mas não é a única. A Ryanair e a easyJet também vão aumentar o número de lugares para o Funchal.
Comparando com o período pré-pandemia, a TAP decidiu aumentar a sua capacidade em 15 mil lugares. A easyJet responde e adiciona, na temporada de inverno que se aproxima, 75 mil lugares à rota Porto-Funchal. Já a Ryanair, que não voava para o destino, vai começar agora a fazê-lo, disponibilizando 55 mil lugares para o efeito.
Para Ponta Delgada, a Ryanair decidiu diminuir a oferta em 10 mil lugares, face a 2019, mas continua a ser a segunda companhia com mais voos, só atrás da Azores Airlines. A TAP, que no ano passado, não voou para este destino, passa a fazê-lo com 15 mil lugares nesta temporada. Mas se olharmos para o último ano pré-pandemia verifica-se uma diminuição de aproximadamente 20 mil lugares.
Na ilha Terceira o cenário é um pouco diferente. Ao contrário do que acontece em Lisboa, a TAP não tem voos diretos para este destino a partir do Porto. Os voos são assegurados pela Azores Airlines, com 15 mil lugares e pela Ryanair, que disponibiliza o mesmo número de bilhetes.