Matosinhos: Unidade de Produção de Hidrogénio Verde poderá nascer nos terrenos da antiga Refinaria da GALP
Porto Canal
Matosinhos poderá vir a ter uma Unidade de Produção de Hidrogénio Verde. O projeto está previsto no Fundo de Transição Justa que pretende reduzir o impacto do encerramento da Refinaria da GALP, em Leça da Palmeira.
Passaram 6 meses desde que estas imagens registaram o momento da assinatura do protocolo entre a Galp, a câmara de Matosinhos e a comissão de coordenação e desenvolvimento regional do Norte, para a criação de uma cidade da inovação nos terrenos da antiga refinaria da Galp, em Leça da Palmeira.
Desde essa altura, ficou a certeza de que o processo seria longo. Antes de mais, porque é necessária a descontaminação dos solos. Ao porto canal, a Galp confirma que o plano de desativação e de comissionamento da Petrogal já foi entregue à agência portuguesa do ambiente e à direção geral da energia e geologia.
A avaliação destas duas entidades será conhecida até ao final de setembro e só depois da luz verde, será possível avançar para a demolição e desmantelamento da estrutura. A Galp adianta que estes trabalhos só estarão concluídos no último trimestre de 2025.
Para já, decorre o desenvolvimento do projeto de regeneração urbana que irá transformar os terrenos da antiga refinaria de Matosinhos, o qual a empresa petrolífera entregou à neerlandesa MVRDV em junho deste ano.
A ideia será que a "World Class Innovation District", que vai nascer em Leça da Palmeira, consiga captar investimentos na área da inovação e do ensino, criando novos postos de trabalho E fixando novas populações.
Este “masterplan” incluíra ainda a instalação de empresas de base tecnológica e de serviços, comércio, um hotel, restauração, habitação e um parque verde.
Nos antigos terrenos da refinaria da Galp, há também a intenção de construir um novo polo da universidade do porto... Mas não para já. A instituição revela ao porto canal que o horizonte para este investimento é de uma década e que neste momento decorrem reuniões e conversações com o grupo de trabalho criado pela Galp para desenvolver o projeto.
A empresa admite que o desenvolvimento do “Masterplan” é o grande foco do primeiro ano do projeto, e avança que o plano para a cidade da inovação estará concluído no final de junho de 2023.
Ao mesmo tempo, a comissão de coordenação e desenvolvimento regional do Norte está a negociar com Bruxelas o fundo para a transição justa, incluído no Norte 2030. E que o primeiro-ministro António costa prometeu que seria usado para minimizar os impactos do encerramento da refinaria.
Em consulta pública até 15 de setembro, o fundo para a transição justa de Matosinhos, prevê a criação de uma unidade de produção de hidrogénio verde, a eletrificação de equipamentos do porto de leixões movidos a combustíveis fósseis e a instalação de laboratórios de inovação tecnológica e de incubação de empresas.
Os fundos comunitários para a descarbonização e transição energética vão ainda promover o emprego e a economia local junto dos antigos trabalhadores da PETROGAL.
Com o encerramento da refinaria, perderam-se CERCA DE 400 empregos diretos e mais de 6500 indiretos, no concelho de Matosinhos e na área metropolitana do Porto.
Há ainda investimentos ligados à mobilidade sustentável previstos para o Fundo de Transição Justa, no valor de 20 milhões de euros, como o metrobus entre A PETROGAL e o Aeroporto do Porto e a ligação, entre Leça da Palmeira e Matosinhos.
No total, o fundo de transição justa tem uma dotação de 60 milhões de euros em investimentos públicos e não no projeto da cidade da inovação. Aí terá de ser a Galp a suportar todos os custos.
Ainda quanto à Cidade da Inovação, poderá criar entre 20 mil e 30 mil novos postos de trabalho numa década.
Mas um dos grandes entraves ao projeto é a limitação do pdm no que diz respeito à habitação.
O plano diretor municipal de Matosinhos limita o espaço residencial a 10% da área construída, nos terrenos da antiga refinaria e a autarca da cidade já garantiu que até 2029 não haverá alterações.