PSD: Rio vence mas por 0,56% vai disputar segunda volta inédita com Montenegro

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 12 jan 2020 (Lusa) - O presidente do PSD e recandidato ao cargo, Rui Rio, conseguiu 49,44% dos votos nas diretas, falhando por 173 votos a necessária maioria absoluta e disputará no sábado a segunda volta com Luís Montenegro, inédita na história do partido.

De acordo com os resultados provisórios divulgados no sábado à noite pelo Conselho de Jurisdição Nacional do PSD, Rui Rio obteve 15.301 votos, correspondentes a 49,44% dos votos expressos, enquanto o antigo líder parlamentar Luís Montenegro conseguiu 12.767 (41,26%) e o vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais Miguel Pinto Luz 2.878 votos (9,3%).

Por contabilizar estão 13 secções onde se verificaram irregularidades: Amadora (Lisboa), Alter do Chão (Portalegre) e as 11 da Região Autónoma da Madeira.

Segundo o CJN, votaram 31.306 militantes, num universo de 40.604 inscritos, o que coloca a taxa de participação em 77,1%, a mais alta de sempre em percentagem em diretas, apesar de ser a mais baixa em números absolutos de todos os atos eleitorais internos.

Na eleição, registaram-se 219 votos em branco e 141 votos nulos. A confirmarem-se estes resultados, com um total de 30.946 votos expressos - só estes contam na decisão de haver ou não segunda volta - Rui Rio ficou a 173 votos da maioria absoluta com que evitaria ir novamente a votos no sábado.

Rio teve mais 2.534 votos que Montenegro e, em termos de estruturas, venceu em 13, enquanto o antigo líder parlamentar ganhou sete e Pinto Luz duas.

O atual líder ganhou Porto, Aveiro, Bragança, Guarda, Viana do Castelo, Vila Real, Santarém, Faro, Beja, Portalegre, Évora, Açores e Europa, enquanto Luís Montenegro venceu Braga, Leiria, Viseu, Coimbra, Castelo Branco, Lisboa Área Oeste e Fora da Europa. Pinto Luz saiu vencedor na Área Metropolitana de Lisboa e em Setúbal, reclamando também vitória na Madeira, mas os votos da Região Autónoma não foram contabilizados.

Em relação a 2018, quando disputou as diretas com Santana Lopes, Rio perdeu os distritos de Braga, Leiria e Viseu, mas ganhou estruturas em que não tinha vencido, casos dos Açores, Beja, Portalegre, Évora e Europa.

Nos discursos de leitura dos resultados, Rio falou em "vitória expressiva" e defendeu que a unidade do partido se tem de construir "em torno do mais forte" e não de quem teve menos votos, assegurando que não negociou nem vai negociar lugares.

O líder do PSD recusou o desafio que lhe foi lançado por Luís Montenegro para pelo menos um debate televisivo na semana de campanha que falta até dia 18: "Não gostei, não vou repetir. Não beneficia o PSD e não serve para esclarecer os militantes", disse, referindo-se ao confronto na RTP.

Já Montenegro realçou que "foram mais os militantes que votaram na mudança do que na continuidade" e 'piscou' o olho aos apoiantes do candidato que não passou à segunda volta, dizendo que se for eleito líder contará com Miguel Pinto Luz para os próximos desafios "políticos e partidários".

Já o vice-presidente da Câmara de Cascais, que reclamou ter alcançado 12% (contando com os votos da Madeira que o CNJ não contabilizou), considerou que a sua responsabilidade é agora "muito maior".

O CJN decidiu não contabilizar os votos da Madeira por estarem em desconformidade com o caderno eleitoral - a estrutura regional falava em 2.500 militantes em condições de votar, a secretaria-geral em apenas 104 -, e o seu presidente, Nunes Liberato, realçou que os dados divulgados não alterariam o desfecho das eleições diretas deste sábado.

Ainda assim, a polémica poderá não terminar por aqui, já que o secretário-geral regional do PSD-Madeira, José Prada, anunciou que haveria recurso caso estes votos fossem anulados ou excluídos.

SMA/IEL (ACL/ACG/AMB) // JPS

Lusa/fim

+ notícias: Política

“Não há condições políticas” para regresso do Serviço Militar Obrigatório, garante ministro da Defesa

O ministro da Defesa Nacional admitiu que “hoje não há condições políticas” para voltar a impor o Serviço Militar Obrigatório (SMO), sugerindo que os jovens que optem pelas Forças Armadas tenham melhores condições de entrada na universidade ou função pública.

"Acabarei por ser inocentado", diz Galamba sobre caso Influencer

O ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, disse esta sexta-feira que acredita que vai ser inocentado no processo Influencer e discorda que a Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, deva prestar esclarecimentos no Parlamento.

25 de Abril. Eanes afirma que PCP tentou estabelecer regime totalitário

O antigo Presidente da República António Ramalho Eanes afirmou esta sexta-feira que durante o Período Revolucionário em Curso (PREC) o PCP se preparava para estabelecer um regime totalitário em Portugal e considerou que a descolonização foi trágica.