PM quer militares russos fora do país e está pronto para recorrer às armas
Porto Canal / Agências
Bruxelas, 06 mar (Lusa) -- O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Iatseniuk, apelou hoje, em Bruxelas, à retirada das tropas russas do país, afirmando que a integridade territorial e a soberania devem ser respeitadas e admitindo o recurso às armas.
"Ter botas e tanques russos no nosso território não é aceitável no século XXI", disse o primeiro-ministro ucraniano, no final de um encontro com os líderes da União Europeia (UE).
A entrada na Crimeia é uma intervenção ilegítima, salientou, dizendo que "em caso de ataque, a Ucrânia reagirá".
"Estamos prontos para proteger o nosso país", salientou, condenando "a agressão militar na Crimeia".
Iatseniuk instou Moscovo a "retirar as suas tropas para os quartéis".
Questionado sobre a legitimidade do seu Governo, o primeiro-ministro garantiu que este recebeu a grande maioria dos votos no parlamento de Kiev e disse-se disponível para assinar o Acordo de Parceira com a UE, tema que deverá ser abordado pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, na conferência de imprensa no final dos trabalhos.
A tensão na região acentuou-se nos últimos dias com a decisão do Senado russo de autorizar o envio de tropas para a república autónoma da Crimeia, no sul da Ucrânia, território de maioria russófona e estratégico para Moscovo, que ali tem a base da sua frota do Mar Negro.
A decisão foi tomada em nome da proteção dos cidadãos e soldados russos, depois de o governo autónomo ter rejeitado o novo Governo da Ucrânia, formado pelos três principais partidos da oposição ao Presidente ucraniano, Viktor Ianukovich, atualmente exilado na Rússia.
A crise na Ucrânia começou em novembro com protestos contra a decisão de Ianukovich de recusar a assinatura de um acordo de associação com a UE e promover uma aproximação à Rússia.
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