Brasil: Bruxelas espera que Bolsonaro "trabalhe para consolidar a democracia"

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Porto Canal com Lusa

Bruxelas, 29 out (Lusa) -- A Comissão Europeia disse hoje, numa primeira reação à vitória de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de domingo, esperar que o Presidente eleito "trabalhe para consolidar a democracia", considerando que "o Brasil é um país democrático, com instituições sólidas".

Na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, e perante várias questões sobre a eleição de um candidato da extrema-direita para a presidência do Brasil, a porta-voz Natasha Bertaud indicou que a posição oficial da União Europeia será conhecida em breve, numa carta de felicitações dirigida a Bolsonaro pelos presidentes da Comissão, Jean-Claude Juncker, e do Conselho Europeu, Donald Tusk, "tal como é prática comum", escusando-se "a especular" sobre o seu conteúdo.

"Não quero antecipar o conteúdo de uma carta que ainda não foi assinada, pelo que não vou especular sobre o mesmo. Em termos gerais, o que posso dizer é que nós respeitamos a escolha democrática do povo brasileiro. O Brasil é um país democrático, com instituições sólidas, e nós esperamos de qualquer futuro Presidente do país que trabalhe para consolidar a democracia, em benefício do povo brasileiro", disse.

Perante as insistentes questões sobre se Bruxelas não está preocupada com o triunfo de Bolsonaro, comparado por diversos jornalistas ao Presidente norte-americano, Donald Trump, a porta-voz insistiu que é necessário esperar pela carta de Juncker e Tusk, escusando-se "a especular" sobre estados de espírito.

"Em termos gerais, o Brasil é um parceiro importante, obviamente também nas nossas negociações com o Mercosul, e a UE espera continuar a fortalecer a parceria com o novo Governo (...) Não vou entrar em especulações sobre como nos sentimos ou deixamos de nos sentir", disse.

Questionada sobre as declarações de hoje do comissário europeu Pierre Moscovici, que classificou Bolsonaro como "um populista de extrema-direita" e atribuiu a sua vitória a uma forma de "cansaço democrático", a porta-voz insistiu que a reação oficial da UE cabe aos presidentes da Comissão e do Conselho.

"Evidentemente, todos os nossos comissários são políticos e têm o direito de fazer os comentários que são os seus, mas a posição oficial da UE -- não apenas da Comissão, mas também do Conselho -- será expressa pelos dois presidentes", insistiu.

O candidato do Partido Social Liberal (PSL, de extrema-direita) Jair Messias Bolsonaro, 63 anos, capitão do Exército brasileiro reformado, foi eleito no domingo, na segunda volta das eleições presidenciais, o 38.º Presidente da República Federativa do Brasil, com 55,1% dos votos.

De acordo com dados do Supremo Tribunal Eleitoral brasileiro, Fernando Haddad, candidato do Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda), conquistou 44,9% dos votos, e a abstenção foi de 21% de um total de mais de 147,3 milhões eleitores inscritos.

ACC (AMG) // VM

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