Brasil: O papel da CPLP será sempre acessório - analista Ricardo Ferreira Reis

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 29 out (Lusa) - O diretor do departamento de Relações Internacionais da Universidade Católica considera que o papel da CPLP na política externa brasileira "será acessório" e que Portugal deve ter um papel importante enquanto plataforma giratória entre UE e Brasil.

"A haver mudança [na relação entre o Brasil e a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)], será para menos participação" no espaço da lusofonia, disse Ricardo Ferreira Reis à Lusa a propósito das prováveis mudanças na política externa brasileira na Presidência de Jair Bolsonaro.

"O papel da CPLP será sempre acessório, nunca será primordial", considerou à Lusa o especialista em Relações Internacionais, defendendo que a solução para Portugal será "encontrar espaço no que Bolsonaro acha prioritário para ter um papel a desempenhar" porque "não há, na perspetiva dele, de maneira nenhuma, uma vocação para a CPLP".

Bolsonaro, acrescentou, elencou três parceiros primordiais para o Brasil - Estados Unidos, China e União Europeia -, sendo que no caso dos EUA, "a proximidade ideológica e de estilo com Trump poderá ajudar, e na China tem muito a ver com a propensão para as privatizações e saber que os chineses estão muito atentos a este tipo de mercados".

Neste contexto, vincou, "a China é crucial e aqui a CPLP, e em particular Macau, poderá ter um papel importante porque funciona como plataforma giratória de investimento chinês para o Brasil".

No que diz respeito à relação com a União Europeia, Ricardo Ferreira Reis salientou que "o terceiro parceiro crítico elencado por Bolsonaro foi a UE, e não Portugal em particular, pelo que Portugal pode e deve desempenhar um papel importante enquanto plataforma giratória entre UE e Brasil".

Para o professor de Relações Internacionais, Portugal "tem de ter uma posição de prudência no discurso que já se notou no domingo nas declarações do Presidente da República e do primeiro-ministro, que são muito diferentes das declarações de há algumas semanas, nas quais mostraram uma posição de repúdio de Bolsonaro".

O candidato do Partido Social Liberal (PSL, extrema-direita) Jair Messias Bolsonaro, 63 anos, capitão do Exército reformado, foi eleito no domingo, na segunda volta das eleições presidenciais, o 38.º Presidente da República Federativa do Brasil, com 55,1% dos votos.

De acordo com os dados do Supremo Tribunal Eleitoral, Fernando Haddad, candidato do Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda), conquistou 44,9% dos votos, e a abstenção foi de 21%, num total de mais de 147,3 milhões eleitores inscritos.

MBA // VM

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