Eurogrupo ainda sem opinião sobre cautelar "aconselhado" por Bruxelas
Porto Canal / Agências
Bruxelas, 27 jan (Lusa) - O presidente do Eurogrupo considerou hoje "sensato" usar o tempo disponível para tomar uma decisão final sobre a saída de Portugal do programa, apesar de a Comissão Europeia mostrar uma preferência, à partida, por um programa cautelar.
"Não tenho ainda uma opinião. Ouvi comentários da Comissão, que podem ser entendidos como um conselho, a Portugal e possivelmente ao Eurogrupo, mas penso que é sensato usar o tempo que temos antes de chegarmos a uma conclusão final", afirmou Jeroen Dijsselbloem, na conferência de imprensa após a reunião de hoje dos ministros das Finanças da zona euro, em Bruxelas, quando questionado sobre as posições já assumidas tanto pelo presidente da Comissão, Durão Barroso, como pelo comissário Olli Rehn.
Na passada sexta-feira, o comissário dos Assuntos Económicos, em entrevista ao Wall Street Journal, disse acreditar que "mais vale prevenir do que remediar, e uma linha de crédito cautelar serve precisamente para isso", depois de o próprio José Manuel Durão Barroso ter afirmado, a 13 de janeiro, que, embora seja ainda cedo para uma decisão final, "o programa cautelar com certeza que garante mais confiança, mais segurança", pelo que, "à partida, será a melhor opção".
Insistindo no que afirmara à entrada para o encontro de hoje do Eurogrupo, Dijsselbloem considerou "demasiado cedo" para tomar uma decisão sobre a melhor forma de Portugal sair do programa, em maio próximo, e deu o exemplo do caso da Irlanda, sobre o qual só foi tomada uma decisão já muito perto da conclusão do respetivo programa de ajustamento, em dezembro passado.
"Diria que é demasiado cedo. No caso da Irlanda fizemo-lo - muito sensatamente, penso -, usando o tempo que tínhamos. Ainda temos algum tempo para alcançar essa decisão (relativamente a Portugal) e vamos usar esse tempo para ter em conta a próxima revisão que ainda terá lugar, ter em conta quaisquer circunstâncias de mercado e desenvolvimentos de acesso de mercado de Portugal", acrescentando que depois cabe ao Governo português "decidir o que quer", o que "será naturalmente crucial".
"Foi exatamente isso que fizemos com a Irlanda. Gosto muito da forma como fizemos com a Irlanda, por isso propus e acordei com a colega de Portugal (Maria Luís Albuquerque) que iríamos fazer mais ou menos da mesma forma", completou.
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