Portugal é responsável por metade da área ardida na UE em 2016

Portugal é responsável por metade da área ardida na UE em 2016
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Porto Canal (IYM)

Portugal é responsável por praticamente metade da área ardida em todos os países da União Europeia, em 2016. Desde o início do ano até esta sexta-feira já arderam, em Portugal, mais de 93 mil hectares de floresta.

Os dados foram recolhidos pelo Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais (EFFIS) e mostram que Portugal ardeu, até esta sexta-feira, o equivalente a 93 mil campos de futebol. Este valor faz com o país seja ‘campeão’ de área ardida dos países da União Europeia. Esta sexta-feira, o observatório europeu dava conta de 190 mil hectares ardidos só este ano em toda a UE. Sendo assim, os 93 mil hectares de área florestal ardida em Portugal equivale a 49% desse total.

O observatório contabilizava a área ardida, quase em tempo real, através de imagens de satélite e mostrava também que os 93 mil hectares ardidos são um valor acima da média dos últimos oito anos. A área ardida entre 2008 e 2015 rondava os 25 mil hectares, o que faz com que o número atual seja quatro vezes maior.

Além destes valores, os 93 mil hectares queimados pelos incêndios ultrapassaram já a média total dos últimos oito anos, que ultrapassou os 74 mil hectares.

Os números mais recentes do observatório mostram o cenário ‘negro’ que se vive no início do mês de agosto. No dia 5 deste mês, o total de área ardida em Portugal era de 20,540 mil hectares. Na semana seguinte, arderam 72,3 hectares, três vezes mais do que o que tinha ardido até à data.

No entanto, os dados demonstram que em anos anteriores a 2016, a média do número de incêndios era mais alta, mas o seu crescimento foi gradual. Este ano, o pico aconteceu durante a passada semana, de 5 a 12 de agosto, quando o número de incêndios disparou e ultrapassou a média registada nos últimos oito anos.

Ao que o Público adianta, este cenário não é novo mas mais violento. Em 2013, metade da floresta perdida em toda a União Europeia estava concentrada em Portugal. Ricardo Ribeiro, autor de um estudo sobre os dez anos de implementação do Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndio, diz que “todos os anos ultrapassamos ou andamos muito perto dos 50% de área total ardida. Ora é 50%, ou 44% ou 49%, mas anda sempre por aí”. “Isto é uma coisa sem sentido”, refere.

A Ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, disse nesta quinta-feira, em visita a Arouca, que esperava “maior solidariedade” dos parceiros da União Europeia. Para Ricardo Ribeiro, “o que a União Europeia nos está a dizer é ‘vocês não fizeram o trabalho de casa’”. “Os restantes países também estão em situação de risco climatérico”, remata.

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