Economia social não é "biombo" atrás do qual o Estado se esconde nas fragilidades - ministro

| Política
Porto Canal com Lusa

Fornos de Algodres, Guarda, 25 jun (Lusa) - O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, defendeu hoje que a economia social não é um substituto do Estado nem pode servir como "um biombo" atrás do qual o Estado se esconde.

"Por vezes há quem não entenda, ou confunda, aquilo que é o papel da economia social e o que é o papel do Estado. (...) Ao contrário de outros, não entendo a economia social como um substituto do Estado", disse hoje Vieira da Silva durante uma visita a Fornos de Algodres, no distrito da Guarda.

O ministro disse na sua intervenção, proferida nos Paços do Concelho, que "durante alguns anos ouvimos demasiadas vezes remeter para as instituições sociais quase que a responsabilidade única ou pelo menos primeira na resposta aos problemas sociais do nosso país, das nossas comunidades".

"A economia social não pode servir como um biombo atrás do qual o Estado se esconde nas suas fragilidades ou nas suas opções de desinvestimento social. Não é essa nossa posição, não é essa a minha posição, não é essa a posição do Governo", afirmou.

Em sua opinião, "a economia social não está ao serviço do Estado, mas também não serve como desculpa para que o Estado não intervenha de forma mais clara, obviamente que rigorosa, mas decidida e decisiva, na garantia dos direitos dos cidadãos e dos direitos das comunidades".

Vieira da Silva identificou depois as três grandes linhas que têm vindo a consolidar a política do atual Governo relativamente ao setor social: estabilidade na relação com as instituições, reforço da cooperação e transparência na relação.

Sobre o reforço da cooperação, assumiu que, "por vezes, o papel do Estado no apoio às instituições depende dos ciclos, depende dos momentos e isso é mau porque, precisamente, vem criar instabilidade".

"A estabilidade e o reforço do trabalho conjunto são palavras que devemos alargar à nossa vida coletiva no momento que vivemos. Vivemos momentos difíceis, momentos de incerteza, momentos em que o enquadramento da nossa economia e da nossa sociedade sofre mudanças com evoluções imprevisíveis, por exemplo na União Europeia", afirmou.

Para o governante "nestas alturas é imperioso que fale mais alto a necessidade de agirmos como uma comunidade unida no essencial".

"Nestas alturas em que precisamos de estar muito atentos ao que se vai passando no mundo, ao que se vai passando na Europa, é fundamental que o país saiba onde estão os seus interesses fundamentais, onde estão os seus valores mais representativos e eles estão na defesa da nossa sociedade, do nosso modelo social e da nossa capacidade de crescermos e desenvolvermos como um todo, com uma atenção particular às desigualdades e aos desequilíbrios territoriais", apontou.

Vieira da Silva esteve hoje em Fornos de Algodres nas comemorações do 350.º aniversário da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia.

O ministro visitou as instalações da Unidade de Cuidados Continuados e da Estrutura Residencial para Idosos, onde descerrou placas com os nomes de Fernando Menano e Francisco Paulo Menano, respetivamente.

ASR // SO

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