Lisboa, 19 jan (Lusa) -- O socialista José Vera Jardim recordou hoje Almeida Santos como um homem que impressionava pelo "afeto", que era "capaz de gerar enormes consensos" e que "ajudou à construção" do sistema jurídico português.

O antigo ministro da Justiça afirmou que conheceu o presidente honorário do PS há mais de 50 anos, chegando a trabalhar no seu escritório em Moçambique e sentando-se ao seu lado na Assembleia da República, e que António Almeida Santos era um homem de tantas facetas que, sublinhou, "é difícil distinguir uma".

"Um homem que gerava à sua volta enormes consensos e que deu uma ajuda fundamental à construção do sistema jurídico português, quer como ministro da Justiça quer depois no parlamento ou no PS", afirmou aos jornalistas o porta-voz da candidata de Maria de Belém às eleições presidenciais.

Vera Jardim disse ainda que António Almeida Santos "fez leis fundamentais que moldaram o nosso sistema jurídico".

"Portanto, tantas facetas, um bom escritor, um homem de cultura, que é difícil sobressair uma, mas eu diria que aquilo que mais me impressionava nele era a disponibilidade e o afeto", frisou.

O antigo presidente do PS, segundo o recordou Vera Jardim, "estava sempre disponível para aquilo que fosse preciso, para os seus amigos e para as pessoas que conhecia e o afeto que punha em todas as suas relações".

"Faz-me muita falta a mim, mas acho que ao país também faz falta e ao PS, como é óbvio", frisou.

O ex-presidente da Assembleia da República e do PS morreu na segunda-feira em sua casa, em Oeiras, com 89 anos, pouco antes da meia-noite, depois de se ter sentido mal após o jantar.

O corpo de António Almeida Santos vai estar hoje, a partir das 17:00, em câmara ardente na Basílica da Estrela, em Lisboa, e será cremado na quarta-feira no cemitério do Alto de São João, também em Lisboa, pelas 14:00.

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