Francisco Assis recorda "o mais brilhante parlamentar" da democracia portuguesa
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 19 jan (Lusa) -- O ex-líder parlamentar do PS Francisco Assis lamentou hoje a morte de Almeida Santos, que recordou como "o mais brilhante parlamentar" da democracia portuguesa e "um homem generoso".
"O doutor Almeida Santos marcou de forma indelével as últimas décadas da nossa vida pública. Foi um lutador pela liberdade e pela consolidação da democracia. Teve um papel absolutamente essencial nos anos iniciais do nosso regime democrático", afirmou Francisco Assis, em declarações à agência Lusa.
O ex-presidente da Assembleia da República e do PS morreu na segunda-feira, em sua casa, em Oeiras, com 89 anos, pouco antes da meia-noite, depois de se ter sentido mal após o jantar, disse fonte da família à agência Lusa.
Francisco Assis, que foi líder parlamentar do PS enquanto Almeida Santos era presidente da Assembleia da República, destacou as qualidades de orador e de "legislador incansável" do ex-dirigente socialista, considerando que foi "o mais brilhante parlamentar da nossa democracia".
"Um homem de uma cultura vastíssima, uma das maiores referências da nossa vida pública e um cidadão exemplar", afirmou Assis, sublinhando ainda que Almeida Santos era também "um homem generoso" e "muito atento ao sofrimento humano".
"Era também, e eu tive a oportunidade e o privilégio de conviver com ele, um homem com um profundo sentido humano, com características pessoais que também o notabilizavam. Não era apenas um homem que proclamava a necessidade de combater. Constatei a sua preocupação profunda em atender às carências concretas e imediatas dos outros", disse.
Assis sublinhou ainda que António de Almeida Santos "foi um homem, mais cedo que outros, percebeu o verdadeiro significado da globalização, no que ela comportava de positivo e de negativo, era uma inteligência superior".
O corpo de António Almeida Santos vai estar hoje, a partir das 17:00, em câmara ardente na Basílica da Estrela, em Lisboa, e será cremado na quarta-feira, no cemitério do Alto de São João, também em Lisboa, pelas 14:00.
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