BE acusa primeiro-ministro de querer um segundo resgate
Porto Canal / Agências
Serpa, 23 set (Lusa) - A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, acusou hoje o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, de querer um segundo resgate, referindo que o Governo PSD/CDS-PP "não está interessado em recuperar a autonomia financeira" de Portugal.
"Tivemos os cortes nos salários, nas pensões, a desregulação do trabalho, o aumento de impostos, os cortes no Estado Social, tudo para que Portugal regressasse aos mercados no dia 23 de setembro de 2013. Pois é hoje e Portugal não regressa aos mercados", disse Catarina Martins aos jornalistas, em Serpa, após uma vista a uma empresa.
"Muito pelo contrário", continuou, "o primeiro-ministro tem falado sim de um segundo resgate, o que significa duas coisas: por um lado, que o Governo falhou em toda a linha na sua política, por outro lado, que o próprio primeiro-ministro quer um segundo resgate, porque não se entende como o primeiro-ministro de um país pode estar a falar de um segundo resgate a menos que seja isso mesmo que queira".
Segundo Catarina Martins, "sabemos bem o dia em que estamos, 23 de setembro de 2013, o dia apontado por Passos Coelho para [Portugal] regressar aos mercados e, portanto, este é o dia em que está aí a avalização das políticas do Governo".
O Governo "não está interessado em recuperar a autonomia financeira" de Portugal, nem "em retomar a autonomia" do país "face à `troika´".
"O que o nosso primeiro-ministro está interessado é manter-se sobe a troika, é aprofundar mais os cortes nos salários, nas pensões, no Estado Social. Vê-se bem qual é o objetivo deste Governo. O Objetivo não é a autonomia financeira de Portugal, nunca foi. O objetivo sim é uma agenda ideológica, violenta de redução de valor do trabalho", disse a líder do BE.
Questionada pelos jornalistas, Catarina Martins, referindo que "preferia falar do nosso país hoje", escusou-se a comentar o resultado das eleições legislativas de domingo na Alemanha, que ditaram a reeleição da chanceler alemã Angela Merkel, cujo partido conservador CDU/CSU conseguiu 41,5% dos votos.
Os resultados obtidos por Merkel, além de constituírem os melhores para o CDU/CSU desde a reunificação alemã em 1990, mostram que esteve muito perto de conquistar a maioria absoluta.
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