CGTP e UGT consideram que propostas dão continuidade à austeridade
Porto Canal / Agências
Para o líder da CGTP, Arménio Carlos, as propostas do Fundo Monetário Internacional (FMI) "não são nada de novo" e "apontam claramente para as mesmas políticas que foram aplicadas depois do Memorando da 'troika'".
No relatório hoje divulgado, que resulta dos trabalhos da missão técnica a Portugal ao abrigo do Artigo IV, realizada em março, o FMI defende a necessidade de indexar as pensões à evolução da economia e recomenda que se voltem a suspender as reformas antecipadas e que se aumentem as contribuições para a Caixa Geral de Aposentações (CGA).
O FMI defende ainda no documento que se mantenham as 40 horas de trabalho semanal nas autarquias e que se continue a reduzir o número de trabalhadores da Administração pública.
"Vindo de quem vem não é de estranhar, mas é necessário pôr em causa essas posições e não lhes dar cobertura, como este Governo fez e continua a fazer", disse Arménio Carlos à agência Lusa.
O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, assumiu idêntica posição e prometeu combater as posições do FMI.
"O FMI tem uma posição extremamente ideológica, pretendendo embaratecer o trabalho e retirar direitos e regalias laborais, o que levará os trabalhadores ao empobrecimento. A 'troika' saiu de Portugal em maio de 2014, mas o FMI volta à carga e nós temos de dizer não a esta cegueira", disse o sindicalista à Lusa.
Carlos Silva considerou incompreensível que a austeridade continue para além do programa de intervenção da 'troika' e acusou o FMI de ser "uma máquina perversa de destruição dos direitos dos trabalhadores".
"Se Portugal e o seu Governo continuam manietados por uma organização que ataca os direitos dos trabalhadores, vai por mau caminho", afirmou.
O denominado Artigo IV do FMI prevê que sejam feitas análises às economias dos membros do Fundo, geralmente todos os anos.
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