Passagem da aplicação da PT da ESI para a Rioforte não foi "esperteza" - Salgado
Porto Canal / Agências
Lisboa, 09 dez (Lusa) - O antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, disse hoje que a passagem das aplicações financeiras da PT na Espírito Santo International (ESI) para a Rioforte não foi uma "esperteza", mas a tentativa de proteger a operadora.
"A Portugal Telecom (PT) tinha aplicações no BES e no Grupo Espírito Santo (GES) desde 2002. Acontece que a aplicação da PT estava na ESI e então foi sugerido à PT arbitrar a posição credora da ESI na Rioforte que não tinha imparidade", afirmou Ricardo Salgado no parlamento.
"Isto não foi nenhuma esperteza, foi dentro da filosofia de tentar proteger os clientes, devido à imposição de 'ring fencing' [blindagem entre o BES e o GES] e o trabalho que se queria fazer na área não financeira", garantiu.
E acrescentou que "o colapso vem dessa evolução".
Antes, Salgado já tinha admitido que a Rioforte não estava suficientemente capitalizada para absorver os 'choques' da crise.
"Quando entrámos na crise ainda não tínhamos a Rioforte com a dimensão de capitais próprios necessária para receber passivos. Estava dentro dos nossos objetivos reforçar capitais dentro da Rioforte, como aconteceu", afirmou.
"É exatamente por causa da ESI ter ficado fragilizada que aqueles que tinham créditos na ESI tentaram passar as suas posições credoras para a Rioforte", acrescentou.
A PT acabou por não ser reembolsada nos prazos devidos pelos investimentos próximos de 900 milhões de euros aplicados em dívida das 'holdings' do GES.
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