Passos considera prematuro antecipar necessidade de medidas adicionais

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 28 Nov (Lusa) -- O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, considerou hoje prematuro antecipar a necessidade de medidas adicionais para cumprir a estratégia orçamental do Governo, reafirmando ser "um ponto de honra" manter o défice "abaixo dos três por cento".

"Do nosso ponto de vista é prematuro ainda [antecipar medidas adicionais]", afirmou o chefe do executivo, à entrada para a 3.ª reunião do Conselho Nacional para o Empreendedorismo e Inovação, no salão Nobre do Ministério da Economia, questionado pelos jornalistas sobre o alerta da Comissão Europeia para o "risco de incumprimento" de Portugal relativamente ao défice, hoje conhecido.

"Se a nossa receita fiscal continua a aumentar, não porque se aumente os impostos, mas porque a atividade económica está a crescer, para quê impor sacrifícios adicionais aos portugueses se conseguiremos atingir os nossos objetivos sem lhes impor sacrifícios adicionais", questionou.

Passos Coelho reafirmou ser "um ponto de honra ficar em 2015 com um défice abaixo de três por cento", e voltou a assegurar: "o Governo fará tudo o que estiver ao seu alcance para corrigir a trajetória se isso se vier a revelar necessário".

A Comissão Europeia alertou hoje que o Orçamento do Estado português para 2015 "está em risco de incumprimento" do Procedimento de Défices Excessivos, em particular, de não cumprir a recomendação de alcançar um défice inferior a 3% do PIB.

De acordo com o parecer de Bruxelas, "o risco advém sobretudo dos pressupostos favoráveis quanto ao impacto orçamental dos desenvolvimentos macroeconómicos e da falta de medidas estruturais que sustentem" o orçamento.

Para a Comissão Europeia, o esforço orçamental "falha claramente a recomendação e, por isso, revela a necessidade de mais medidas estruturais de consolidação significativas para 2015" de forma a garantir "uma correção credível e sustentada do défice excessivo".

Bruxelas "convida as autoridades [portuguesas] a tomar as medidas necessárias dentro do processo orçamental nacional para assegurar que o orçamento de 2015 vai estar de acordo com o Procedimento dos Défices Excessivos", ou seja, que o défice orçamental fica abaixo dos 3% no próximo ano.

Os reparos de Bruxelas para Portugal fazem parte de um conjunto de recomendações que a Comissão Europeia hoje publica os orçamentos dos 16 países da zona euro que não estão sob programa externo (ou seja, todos excluindo a Grécia e Chipre).

No Orçamento do Estado para 2015, o Governo prevê que o défice orçamental seja de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB), duas décimas acima da meta acordada com os credores internacionais durante o programa de resgate, mas, ainda assim, abaixo do limite de 3% definido pela Europa.

PGF (ND) // SMA

Lusa/fim

+ notícias: Política

Governo propôs suplemento de missão para PSP e GNR entre 365 e os 625 euros

O Governo propôs esta quinta-feira um suplemento de missão os elementos da PSP e da GNR entre os 365,13 e os 625,94 euros, significando um aumento até 75 euros, revelou o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda.

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".