Porto, 22 out (Lusa) -- O PS/Porto afirmou hoje que o caderno de encargos retificado pelo Governo para a concessão da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) trouxe menos quilómetros percorridos, mais custos para o Estado e dinheiro para o concessionário.

Em comunicado enviado à Lusa, o PS referiu que a concessão da STCP trará ainda menor oferta e qualidade, mais poluição e fomento do trabalho precário.

Segundo dados do PS, o número de quilómetros percorridos pela STCP em 2013 foi de 22,6 milhões, passando agora para 20,71 milhões, uma redução de 10% na oferta de serviço.

A STCP tem comprado viaturas novas, mas a concessionária pode agora adquirir veículos com nove anos, frisou.

"Na STCP mais de 50% da frota é a gás natural. Após a concessão deixa de existir qualquer obrigatoriedade de aquisição de veículos movidos a gás natural. Esta liberalização, a nível de viaturas, acarreta graves consequências ambientais", realça o partido.

Os socialistas salientam que o concessionário pode subconcessionar até 60% das linhas, facto que dará, "por certo", origem a despedimentos.

A exigência do piso rebaixado nos autocarros desaparece, lembra o PS.

"A diminuição de número de trabalhadores (220), que não passarão, assim, para o concessionário, implica uma redução de massa salarial anual superior a mais de cinco milhões", disse.

O PS adiantou que a STCP tem que manter uma estrutura para fiscalização de contratos.

"Se em 2013, com serviços não afetos à produção de transportes, como seja o Museu, obtiveram-se resultados negativos de 6,4 milhões de euros, com o processo de concessão, só a redução de custos com pessoal representa cerca de 5,1 milhões de euros", frisou.

Na opinião do PS, a concessão dos transportes públicos "não é a melhor estratégia" para os transportes na Área Metropolitano do Porto, nomeadamente quando o turismo na região "cresce exponencialmente".

"Não seria coerente e benéfico fazer coincidir o facto de termos um dos melhores aeroportos da Europa, servido por uma rede de Metro que transporta diretamente o utilizador do aeroporto para o centro da cidade, dotar esta mesma cidade com uma rede de autocarros inscrita num princípio consentâneo", questiona.

O concurso público para a subconcessão da operação e manutenção da STCP e do Metro do Porto foi lançado a 08 de agosto.

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