PSD e CDS-PP comprometem-se com "valorização da política económica"
Porto Canal
O acordo entre PSD e CDS-PP para a continuidade da coligação governativa inclui um compromisso de "valorização da política económica" e enuncia a intenção de "iniciar um novo ciclo económico" e de "acelerar a retoma do crescimento".
Este constitui um dos pontos essenciais deste acordo apresentados hoje pelo primeiro-ministro e presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, num hotel de Lisboa, com o presidente do CDS-PP, Paulo Portas, ao seu lado.
"O acordo reúne as condições políticas necessárias para garantir a estabilidade até ao fim da legislatura e assegurar o cumprimento dos compromissos externos de Portugal. Reforça também a valorização da política económica e a prioridades do crescimento e do emprego. E tem consequências na composição do Governo", sintetizou Passos Coelho.
O presidente do CDS-PP e até agora ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros terá um papel central no que respeita a esse compromisso de "valorização da política económica", se o Presidente da República, Cavaco Silva, aceitar a proposta de novas funções que o primeiro-ministro propõe para o seu parceiro de coligação: "Vice-primeiro-ministro, com a responsabilidade de coordenar as políticas económicas e de coordenar o relacionamento com a 'troika', bem como as orientações para a reforma do Governo".
Em seu nome e de Paulo Portas, Passos Coelho declarou: "Queremos agora iniciar um novo ciclo da nossa vida nacional, que desejamos que coincida com a viragem da situação económica pela qual todos os portugueses anseiam e de que há já sinais consistentes".
O primeiro-ministro deixou promessas de "dar sentido e recompensa aos sacrifícios que os portugueses têm feito com tanta coragem" e de "reforçar as condições da promoção do emprego e de proteção daqueles que estão mais expostos e vulneráveis à atual crise", em "constante diálogo social e político, com respeito dos acordos e compromissos estabelecidos no quadro da Concertação Social".
"Com a renovação deste nosso compromisso de Governo e da preparação do futuro do país depois de encerrado o programa de ajustamento, vamos dar ainda mais atenção à coesão social e garantir que a superação da crise não deixará ninguém para trás", acrescentou.
Referindo-se uma vez mais aos "sacrifícios" feitos pelos portugueses, o primeiro-ministro considerou que PSD e CDS-PP não poderiam aceitar a "perspetiva de uma crise" que desperdiçasse "esses esforços" e "conduzisse a sacrifícios incomparavelmente maiores".
Contudo, quanto à ambição de um "novo ciclo económico", o primeiro-ministro fez questão de assinalar a importância da situação externa. "O contexto europeu é determinante", alegou.