A mega-operação preparada pela Metro para a construção da nova ponte no Campo Alegre

A mega-operação preparada pela Metro para a construção da nova ponte no Campo Alegre
| Porto
Porto Canal

Com o visto do Tribunal de Contas desta quarta-feira, está praticamente tudo pronto para avançar a consignação da obra da futura linha Rubi do Metro do Porto, que inclui uma nova ponte sobre o Douro. A cerimónia está apontada para os próximos dias, de modo a cumprir o objetivo contratualizado no PRR, que estabelecia dezembro de 2023 como meta. Se se confirmar, a empreitada deverá arrancar no terreno até ao final de janeiro de 2024. Nos últimos meses, a Metro tem vindo a preparar em detalhe um plano de trabalhos para mitigar os constrangimentos decorrentes das obras num dos principais (e mais pressionados) pontos de acesso da cidade.

O visto do Tribunal de Contas, chegado na tarde desta quarta-feira, deu luz verde para o arranque das obras, que fica agora dependente apenas do depósito dos emolumentos por parte do consórcio que ganhou o concurso de empreitada. Se a consignação se consumar até ao final da próxima semana, como deseja a Metro do Porto, segundo fonte da empresa, a meta contratualizada no PRR será cumprida e as obras poderão arrancar até ao final de janeiro.

 
 
 
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Porém, até Maio de 2024, os trabalhos estarão centrados, quase exclusivamente, no desvio de redes e infraestruturas (como águas e saneamento) e não terão implicações significativas no espaço público ou na circulação.

Das 16 frentes de obra previstas ao longo de todo o traçado da linha Rubi, seis localizam-se no Porto e 10 no município de Vila Nova de Gaia. No Porto, as frentes de obra vão conduzir ao encerramento do parque público na rua do Campo Alegre (junto ao restaurante Madureiras), que dará lugar à futura estação subterrânea do Campo Alegre, de um terreno de estacionamento junto à faculdade de Letras, de um terreno utilizado como parque de estacionamento junto à antiga Quinta da Póvoa (entre as faculdades de Letras e Arquitectura) e ainda do parque de estacionamento da faculdade de Arquitetura, na Via Panorâmica.

Estão ainda previstos constrangimentos junto do Bom Sucesso e do Bairro Bom Sucesso, nas imediações do banco BCP, ambos os casos para poços de ventilação. Apenas no último caso haverá constrangimentos significativos ao nível do espaço público, circulação e acesso a garagens. Em todos os outros casos, os trabalhos decorrerão em terrenos e não na via pública.

Em túnel desde a Casa da Música até ao Campo Alegre, os impactos das obras serão pouco significativos em praticamente todo o traçado na cidade do Porto, excepto nas áreas circundantes da futura Ponte da Ferreirinha.

“Não aceitamos!”

O nó do Campo Alegre e a Via Panorâmica, já sob forte pressão de tráfego, constituem a principal fonte de preocupação da Câmara do Porto. Em entrevista ao Porto Canal, Rui Moreira reafirmou que não permitirá o corte daquele que é um dos principais acessos à cidade para quem vem de sul.

Embora não esteja previsto pela Metro do Porto o corte integral da Via Panorâmica em nenhum momento da obra, fonte ligada ao processo explicou ao Porto Canal que o plano levado por Tiago Braga, presidente da Metro, à reunião de 31 de outubro com o presidente da Câmara do Porto, em que também esteve presente Jorge Delgado, secretário de Estado da Mobilidade Urbana, previa o corte por três meses dos túneis do nó do Campo Alegre, no sentido de saída da cidade, num calendário ainda a definir. Tiago Braga terá garantido a Rui Moreira que o corte poderá acontecer durante os meses de verão e apenas dentro de dois anos, mas nem essas atenuantes foram suficientes para amenizar a posição da autarquia.

“Não aceitamos”, afirmou taxativamente Rui Moreira esta quinta-feira ao Porto Canal.

 

Três fases de obras

O plano da Metro, consultado pelo Porto Canal, estabelece uma divisão dos trabalhos em três fases. Numa primeira fase, logo a partir de Abril de 2024, o trânsito da Via Panorâmica seria desviado entre as faculdades de Arquitectura e de Letras, sem comprometer os acessos e saídas da cidade. Os desvios ocupariam, a sul, o terreno descampado que confina com a antiga Quinta da Póvoa, atualmente utilizado como parque de estacionamento informal.

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Arranque da nova ponte do metro junto à Quinta da Póvoa (FAUP), onde atualmente se localiza um parque de estacionamento que serve todo o pólo III da U.Porto. Imagens do projeto vencedor da nova ponte, em fase de concurso

Novos desvios estão apontados para a segunda fase, de modo a permitir a construção em profundidade da estação subterrânea do Campo Alegre. O acesso à faculdade de Arquitetura, para quem chega da VCI, passa a ser feito por um novo arruamento.

A terceira fase, que está no centro da polémica, prevê o corte dos dois túneis do nó do Campo Alegre e o desvio provisório de todo o trânsito pelas ruas do Campo Alegre e do Gólgota, junto à faculdade de Ciências. No entender da Câmara do Porto, esta proposta da Metro é inaceitável, por provocar um estrangulamento numa das áreas mais pressionadas da cidade.

A integração urbana do traçado da nova linha no Campo Alegre, designadamente a relação com a faculdade de Arquitectura a nascente, junto à antiga Quinta da Póvoa e ao Pavilhão Carlos Ramos, foram uma das principais fontes de polémica na origem do processo, que levou, inclusive, a direção da Escola a uma tomada de posição pública. A Metro do Porto adjudicou entretanto a Álvaro Siza um projeto de espaço público para a redefinição daquele quadrante do Polo III da Universidade do Porto.

Com um valor global superior a 450 milhões de euros, a futura linha Rubi é o maior projeto de sempre de uma infraestrutura no Porto e apenas tem paralelo nas primeiras linhas da Metro, inauguradas em 2002.

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O contrato para a construção da Linha Rubi do Metro do Porto foi assinado com consórcio Alberto Couto Alves (ACA), FCC Construcción e Contratas y Ventas

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