CPLP: Casa do Brasil de Lisboa lamenta adesão de "ditadura corrupta e repressiva"

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 23 jul (Lusa) -- A Casa do Brasil de Lisboa lamentou hoje a adesão da Guiné Equatorial à CPLP, manifestando o seu "repúdio e tristeza" pela admissão de um país que não respeita os direitos humanos e é uma "ditadura corrupta e repressiva".

"A Casa do Brasil de Lisboa, em consonância com as muitas opiniões contrárias à entrada da Guiné Equatorial na CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), vindas de muitas personalidades e entidades idóneas e respeitadas na sociedade portuguesa, quer manifestar o seu vivo repúdio e tristeza pela admissão de um país, não lusófono, que é campeão do atropelo aos direitos humanos", referiu a entidade num comunicado.

Para a instituição, a Guiné Equatorial é "uma ditadura corrupta e repressiva como poucas neste mundo, com um PIB [Produto Interno Bruto] de primeiro mundo e uma realidade social de quarto [mundo]".

"A Casa do Brasil acompanhou de perto o surgimento da CPLP, projeto impulsionado pelo saudoso embaixador José Aparecido", diplomata brasileiro que foi um dos idealizadores do bloco lusófono, referiu a nota.

Para a instituição, de acordo com o documento, "os princípios e ideais da CPLP eram nobres e generosos".

"Muitos passos positivos foram dados nestes anos, apesar das limitações, em prol do desenvolvimento do diálogo e realização de projetos comuns entre os Estados e as sociedades dos países lusófonos", sublinhou o comunicado, que critica a atitude do Brasil no processo.

"Lamentamos a posição do Governo brasileiro nesta matéria e a propalada mudança da posição do Governo português em relação à entrada da Guiné Equatorial na CPLP", acrescentou o documento.

"Transformar a CPLP num fórum de negócios ou numa 'OPEP [Organização dos Países Exportadores de Petróleo] lusófona', como já sonham alguns diplomatas, é a negação de todos os seus princípios fundadores", finalizou o comunicado.

A entrada da Guiné Equatorial -- um dos maiores produtores de petróleo de África - como membro de pleno direito da CPLP, por consenso e sem votação, foi anunciada hoje em Díli, onde está a decorrer a décima cimeira de chefes de Estado e de governo dos países lusófonos.

A Guiné Equatorial é muito criticada pelas organizações não-governamentais internacionais por ignorar os direitos humanos e pelos seus altos níveis de corrupção no país, liderado pelo Presidente Teodoro Obiang desde 1979.

A Guiné Equatorial, que pediu adesão ao bloco lusófono em 2010, entrou hoje na Comunidade de Países de Língua Portuguesa durante a décima conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP, que decorreu pela primeira vez na Ásia, no caso em Díli, Timor-Leste.

CSR // PJA

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