CPLP: Economia deve assumir um papel cada vez mais central na organização - Passos Coelho
Porto Canal / Agências
Díli, 23 jul (Lusa) - O primeiro-ministro considerou hoje que a economia deverá assumir um papel cada vez mais central na CPLP e declarou ter convidado os Estados membros exportadores de hidrocarbonetos a usarem Portugal como porta de entrada na Europa.
Em conferência de imprensa, no final da X Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, realizada em Díli, Timor-Leste, Pedro Passos Coelho afirmou que "é hoje consensual que a economia deverá assumir um papel cada vez mais central", constituindo-se como "um vetor privilegiado da organização".
O chefe do executivo PSD/CDS-PP acrescentou que, durante esta Cimeira, enunciou "alguns elementos importantes para o desenvolvimento dessa lusofonia económica", com destaque para a "dimensão energética da CPLP", tendo em conta as matérias-primas existentes em vários dos seus Estados membros.
"Uma parte significativa, por exemplo, das novas descobertas de reservas de hidrocarbonetos foi justamente realizada em países da comunidade, e em particular em três deles: Angola, Moçambique e Brasil. Mas é sabido também que uma parte significativa das novas explorações se concentra nestes países, além de Timor-Leste, muito possivelmente da Guiné-Bissau, agora também da Guiné Equatorial, que passou a fazer parte da organização", referiu.
Pedro Passos Coelho adiantou ter apontado Portugal como um país que, embora "não sendo produtor de hidrocarbonetos", é "cada vez mais uma porta de entrada para a Europa, o que tem sido bastante referido no âmbito do Conselho Europeu e da estratégia europeia para a criação do mercado único de energia".
"E instei evidentemente os restantes países da CPLP a usarem a plataforma da CPLP para poderem afirmar-se como países exportadores com mais significado para a Europa, para a União Europeia, utilizando nomeadamente Portugal como uma porta de entrada para a energia que a Europa precisa de importar em substituição ou em alternativa, por exemplo, do gás proveniente da Rússia", completou.
Nesta conferência de imprensa, o primeiro-ministro foi interrogado sobre a escolha do comissário europeu a indicar por Portugal, mas escusou-se a esclarecer em que ponto está esse processo e se a atual ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, é ou não um nome em cima da mesa.
"Eu não tenho nada mais a adiantar sobre aquilo que já disse publicamente sobre a questão da apresentação do nome para comissário ou comissária português na próxima Comissão Europeia e não vou fazer, muito menos em Díli, qualquer especulação à volta disso", respondeu Pedro Passos Coelho.
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