Caso dos emails: a audição de Luís Filipe Vieira em seis atos

Caso dos emails: a audição de Luís Filipe Vieira em seis atos
| Desporto
Porto Canal

Luís Filipe Vieira foi ouvido, esta terça-feira, no Campus da Justiça, em Lisboa, como testemunha no caso da divulgação dos emails do Benfica no Porto Canal. O ex-presidente do clube da Luz ainda tentou não responder às perguntas. Antes de começar a sessão, o advogado de Vieira invocou o artigo 132 do Código do Processo Penal, justificando que as respostas poderiam levar à autoincriminação da testemunha. O pedido foi negado pelo Tribunal e Vieira acabou por depor durante cerca de duas horas.

Vieira diz que emails eram “a única maneira de travar o Benfica”

A sessão de julgamento, em que são visados Francisco J. Marques, Diogo Faria e Júlio Magalhães começou com a convicção de Vieira de que a divulgação dos emails serviu para “manchar o nome do Benfica”. O ex-presidente das águias afirmou que as ações tiveram como objetivo “travar o clube, que estava muito à frente dos concorrentes”.

De recordar, que os mais de 55 emails divulgados na antena do Porto Canal, indiciavam um plano de controlo de todas as instâncias desportivas e não desportivas em Portugal e ligações claras entre o Benfica e a arbitragem.

Medina “desapareceu” do camarote presidencial, lamenta Vieira

Na sessão desta terça-feira, Luís Filipe Vieira queixou-se ainda do impacto das revelações no comportamento de diversas figuras públicas associadas ao Benfica.

O antigo presidente do clube da Luz deu como exemplo o, à data, presidente da Câmara Municipal de Lisboa e atual ministro das Finanças. Segundo Vieira, Fernando Medina “desapareceu” da tribuna presidencial. “Parece que deixou o seu benfiquismo para trás”, lamentou em tribunal.

“Nunca fui homem de árbitros”. Vieira diz que não se lembra de Ferreira Nunes

“Não me lembro”, começou por afirmar Luís Filipe Vieira. “Desde que saí do Benfica fiz questão de não ligar mais a ninguém. Não sei quem é, honestamente posso dizer que não me lembro.”
Vieira nega assim qualquer ligação à arbitragem. “Nunca fui homem de árbitros”, conclui o antigo presidente dos encarnados

José Ferreira Nunes foi uma das principais personagens que emergiu no caso dos e-mails. Segundo o jornal O JOGO, em agosto de 2017, o antigo vice-presidente do conselho de arbitragem utilizava um pseudónimo, Franck Vargas, para “interferir” de forma anónima no universo dos árbitros.

Segundo Francisco J. Marques, a interferência de Ferreira Nunos visava o favorecimento do Benfica. Para o diretor de Comunicação dos Dragões, o Benfica pagou despesas a Ferreira Nunes, que serviu de intermediário com diversos antigos árbitros.

Pedro Guerra não apareceu, mas não ficou esquecido

Para esta terça-feira estava também prevista a audição de Pedro Guerra, mas o comentador da CMTV faltou ao julgamento. No início da sessão, a oficial de justiça comunicou que a testemunha não estaria presente e que não tinha sido possível confirmar se tinha recebido a convocatória, uma vez que o comprovativo de entrega do correio não tinha chegado ao tribunal.

Mas, mesmo assim, Pedro Guerra não ficou de fora. Foi pela voz de Luís Filipe Vieira que “entrou” na sessão. O antigo presidente do Benfica diz que a única tarefa que o ex-Diretor de Conteúdos da Benfica TV tinha no clube da Luz era produzir material para o jornal e para um programa do canal.

Questionado sobre a existência de um gabinete para Pedro Guerra nas instalações do Benfica, Vieira respondeu que existia, mas que “era pequeno”.

Vieira admite que conhecia Adão Mendes. “Pediu-me um bilhete e eu ofereci”

Luís Filipe Vieira confirma que conhecia Adão Mendes, um dos visados nos emails divulgados pelo Porto Canal.

“Conheci-o na bancada presidencial do Guimarães num ano em que o Benfica foi campeão. Ele tinha um cartão que lhe dava livre trânsito no estádio do Guimarães”, explicou Vieira. O antigo presidente do Benfica disse ainda que, uma vez, Adão Mendes pediu-lhe um bilhete para um jogo na Luz e que acedeu ao pedido.

Paulo Gonçalves. Do “e-toupeira” para o “caso dos emails”

Paulo Gonçalves, antigo assessor jurídico do Benfica, e arguido no caso e-toupeira, foi outra das pessoas que o tribunal quis saber se Luís Filipe Vieira conhecia.

Vieira explicou que Paulo Gonçalves “era um grande profissional do Benfica”, mas que não sabia “o que é que ele fazia diretamente”. O antigo presidente disse assim não saber se o assessor tinha, ou não, boas relações com os conselhos de disciplina e de arbitragem.

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