BCE deve cortar taxa de juro para zero
Porto Canal / Agências
Lisboa, 06 mai (Lusa) - A OCDE afirmou hoje que o BCE deve "cortar a principal taxa de juro para zero" e mantê-la nesse nível "por um longo período", defendendo a necessidade de medidas não convencionais se a inflação não recuperar ou se houver deflação.
No 'Economic Outlook', hoje divulgado, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) estima que a inflação na zona euro atinja os 1,3% em meados de 2015, "muito abaixo" do objetivo de médio prazo fixado pelo BCE para garantir a sustentabilidade de preços (inflação abaixo mas próxima dos 2%).
Por isso, escreve a OCDE, "o BCE deve cortar a taxa de juro principal para zero e mantê-la neste nível por um longo período de tempo", considerando que "vão ser necessárias medidas não convencionais [de política monetária], se a inflação não mostrar sinais claros de regresso ao objetivo do BCE ou se o cenário deflacionista ocorrer".
O BCE cortou a taxa de juro das principais operações de refinanciamento em novembro, para um mínimo histórico de 0,25%, e manteve-a inalterada desde então.
No entanto, na reunião de governadores do BCE de abril, a última do órgão, o presidente do BCE afirmou que foram discutidas todas as medidas do mandato do banco central, "incluindo 'quantitative easing'", que permite baixar os juros e aumentar a liquidez.
"Ainda não acabámos as medidas convencionais [de política monetária], mas todos os instrumentos que temos no mandato, incluindo 'quantitative easing', vão ser considerados. Medidas de 'quantitative easing' foram discutidas hoje [da reunião de 03 de abril] como parte de uma discussão ampla e rica sobre os instrumentos" existentes no BCE, disse Mario Draghi.
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