PPP foram expediente de políticos permitido por erro da Comissão Europeia

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 18 jun (Lusa) -- As Parcerias Público-Privadas foram um expediente a que os governantes recorreram para apresentar obra sem formalmente se endividarem, aproveitando um erro da Comissão Europeia e da sua agência estatística (Eurostat), acusou o relator da comissão parlamentar de inquérito.

"O recurso excessivo às Parceria Público-Privadas (PPP) teve por base a necessidade dos agentes políticas realizarem obra sem formalmente se endividarem", escreveu o deputado social-democrata Sérgio Azevedo, no documento a que a agência Lusa teve acesso e que será divulgado hoje na Assembleia da República.

A possibilidade desta prática é atribuída pelo deputado a "um aproveitamento político pernicioso resultante da Comissão Europeia e de o Eurostat não considerarem este tipo de contratação como dívida pública".

Para Sérgio Azevedo, esta posição dos dirigentes de Bruxelas "foi um erro", uma vez que, justificou, "uma PPP tem por base um pagamento, sob diversas formas, do Estado [que] é sempre dívida pública, como aliás a 'troika' obrigou" a que fosse reconhecida.

Entre as várias deficiências e os vários defeitos apontados pelo relator social-democrata estão a carência de estudos exaustivos, que justifiquem o lançamento das PPP, e a ausência da estrutura técnica do Estado, "forte e especializada neste tipo de contratação, que defendesse com absoluto e inquestionável rigor o interesse público".

O problema intensifica-se ainda quando a complexidade deste instrumento é cruzada com a opacidade da informação disponível, o que levou inclusive o deputado a falar em "traição do Estado".

Sérgio Azevedo denunciou que os elementos que estiveram na base das PPP "são de difícil acesso público", o que, acrescentou, "tornar estes processos de contratação pouco transparentes e de difícil escrutínio pelos cidadãos".

Neste registo, o Estado é acusado de traição por esconder informação: "O Estado não tem cumprido completamente a sua função ao não assumir-se como o principal promotor de divulgação pública de todos estes elementos traindo, desta forma, de forma objetiva a relação de confiança que deve ter com os cidadãos".

O relatório da comissão parlamentar de inquérito à Contratualização, Renegociação e Gestão de todas as Parcerias Público-Privadas do Sector Rodoviário e Ferroviário vai ser apresentado hoje, na Assembleia da República, e posteriormente discutido.

RN // ARA

Lusa/Fim

+ notícias: Política

Governo propôs suplemento de missão para PSP e GNR entre 365 e os 625 euros

O Governo propôs esta quinta-feira um suplemento de missão os elementos da PSP e da GNR entre os 365,13 e os 625,94 euros, significando um aumento até 75 euros, revelou o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda.

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".