Lisboa, 19 dez (Lusa) - O secretário-geral da CGTP considerou hoje que o chumbo do Tribunal Constitucional sobre o corte nas pensões e a saída de três secretários de Estado do Governo são uma vitória da luta dos portugueses.

"A decisão do Tribunal Constitucional significa para nós 1-0. A demissão dos três secretários de Estado 2-0", disse Arménio Carlos perante as pessoas que se concentraram frente ao Palácio de Belém, ao início da noite, para exigir o veto do Orçamento do Estado.

Perante as novidades políticas do dia, Arménio Carlos optou por não ler o longo discurso que tinha preparado e sintetizou o que pensava sobre a atualidade política. Referiu-se ao secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, um dos que vai deixar o Governo, como "o maior inimigo dos trabalhadores da Função Pública nos últimos dois anos e meio".

"Mas o problema é de todo o Governo, por isso a nossa luta continuará até que o Governo vá para a rua", disse.

O sindicalista lembrou as lutas que têm decorrido ao longo desta semana e os motivos que levaram os manifestantes hoje a Belém, para exigir ao Presidente da República que rejeite o Orçamento do Estado.

"Estamos aqui para exigir que o PR vete o Orçamento do Estado para 2014, mas queremos ir mais longe, é preciso que o PR demita o Governo e convoque novas eleições", disse aos manifestantes.

Arménio Carlos anunciou uma reunião do conselho nacional da CGTP para 07 de janeiro, para a discussão da situação política, económica e social do país e decidir novas formas de luta para o início do ano.

Os manifestantes, que aprovaram uma resolução, em que prometem continuar a lutar contra a política do Governo e o agravamento das medidas de austeridade, permaneceram nos jardins de Belém mais de duas horas, com archotes e gritando palavras de ordem contra o Governo e o Orçamento do Estado.

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