Fogo em Grândola já queimou cerca de 3.000 hectares
Porto Canal com Lusa
Grândola, Setúbal, 11 ago (Lusa) -- O presidente da Câmara de Grândola, António Figueira Mendes, estimou hoje em cerca de três mil hectares a área já ardida no incêndio que lavra no concelho desde quinta-feira, incluindo "muito" eucaliptal e também montado.
"O perímetro do que já ardeu ainda não está bem avaliado, mas terão sido cerca de três mil hectares", onde se inclui "muito eucaliptal e também área de montado", disse à agência Lusa o autarca de Grândola, no distrito de Setúbal.
Segundo António Figueira Mendes, na quinta-feira, "a maioria desta área ardeu no espaço de uma hora", devido ao "vento forte", que chegou aos "40 quilómetros/hora em determinado momento".
"O vento mudava muito e tem sido o grande inimigo no combate a este incêndio. E esse é outro receio que temos nas próximas horas", destacou.
O fogo, que deflagrou às 15:07 de quinta-feira, nas freguesias de Azinheira dos Barros e São Mamede do Sádão, continuava por dominar, cerca das 11:00 de hoje, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
O autarca indicou que hoje de manhã a situação estava "sob controlo".
"Creio que, neste momento, temos aqui os meios necessários para ir controlado a situação. Estamos tranquilos, mas vigilantes", frisou António Figueira Mendes.
Tal como a GNR já tinha afirmado à Lusa, o presidente do município alentejano explicou que, durante a noite e madrugada de hoje, as chamas obrigaram à evacuação de cerca de 10 montes isolados, acrescentando que foram retiradas "cerca de 20 pessoas".
"Mas foi apenas por precaução e, passadas umas horas, ainda durante a madrugada, a maioria regressou às suas casas", afirmou.
O reconhecimento feito no terreno, já hoje, pelas autoridades permitiu constatar que "não há animais mortos, nem casas ardidas", graças ao esforço dos bombeiros: "Conseguiram evitar que o fogo chegasse a qualquer casa".
O combate às chamas, segundo a ANPC, mobilizava, às 11:00, um total de 220 operacionais, com o auxílio de 69 veículos e dois helicópteros.
A GNR adiantou à Lusa que, apesar de o fogo ter implicado o corte do Itinerário Complementar (IC) 1, na quinta-feira, tendo depois a circulação sido restabelecida, não há hoje "qualquer estrada cortada" neste concelho alentejano.
Na quinta-feira, o incêndio obrigou ainda à interrupção da circulação de comboios na linha do sul, que liga Lisboa ao Algarve, durante seis horas, tendo sido restabelecida às 22:30.
Fonte oficial da CP - Comboios de Portugal disse à Lusa terem sido afetados cerca de oito comboios, motivando transbordos rodoviários, com os passageiros transportados em autocarros, entre Canal Caveira e Ermidas do Sado.
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