Moreira da Silva admite que nunca pensou ver Mariana Mortágua convertida em ministra

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 19 set (Lusa) - O vice-presidente do PSD Jorge Moreira da Silva admitiu hoje que nunca pensou que a deputada do BE Mariana Mortágua se convertesse na ministra das Finanças do Governo PS, sublinhando que é necessário reformar e não "sirizar".

"Na campanha eleitoral afirmei que não podíamos correr o risco de termos Jerónimo de Sousa e Catarina Martins como vice-primeiros-ministros (...), nunca me passou pela cabeça que Mariana Mortágua se convertesse verdadeiramente na ministra das Finanças deste Governo", afirmou Jorge Moreira da Silva, quando questionado sobre o desafio feito no sábado ao PS pela deputada do BE para que refletisse e definisse até que ponto está disposto a chegar para se assumir como uma alternativa global ao sistema capitalista.

Considerando que o protagonismo de Mariana Mortágua diz muito sobre a estratégia de responsabilidade orçamental e desenvolvimento económico que o atual Governo promove, o vice-presidente do PSD defendeu que o que é necessário é reformar e ultrapassar obstáculos estruturais e não "sirizar"(referindo-se ao Syriza, partido da esquerda radical que governa na Grécia).

"Espero que o PS pondere seriamente relativamente à estratégia que quer prosseguir, os portugueses não merecem ser colocados perante uma circunstância como esta, que é ter uma estratégia de desenvolvimento económico e de responsabilidade orçamental que é na prática anacrónica, que nos faz recuar à causa da crise", sublinhou Jorge Moreira da Silva, que falava aos jornalistas no final de uma conferência de imprensa conjunta com o CDS-PP no parlamento sobre a criação do Sistema Nacional de Informação Cadastral.

Interrogado ainda sobre a posição do PSD acerca do sigilo bancário, o vice-presidente do social-democrata recordou que a posição do partido é já conhecida, sublinhando que o importante é a formulação de um modelo de responsabilidade orçamental e de crescimento económico.

"O que é importante é que em vez de andarmos todos os dias e todas as semanas com o anúncio de novos impostos e de novas medidas punitivas relativamente aos contribuintes, que se formule um modelo de responsabilidade orçamental e de crescimento económico e que, em sede de Orçamento do Estado, o Governo apresente a sua visão", declarou, lamentando os "anúncios e recuos" e as "informações dispersas" que têm surgido nas últimas semanas e que "geram enorme preocupação aos portugueses".

VAM // ZO

Lusa/Fim

+ notícias: Política

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".

Austeridade: programa de rescisões poderá conter medida inconstitucional - jurista

Redação, 06 mai (Lusa) - O especialista em direito laboral Tiago Cortes disse hoje à Lusa que a constitucionalidade da medida que prevê a proibição do trabalhador do Estado que rescinde por mútuo acordo voltar a trabalhar na função Pública poderá estar em causa.