Vento dificulta combate no distrito de Aveiro a fogos com grande "pressão urbana"
Porto Canal com Lusa
As condições meteorológicas adversas continuam esta madrugada a dificultar o combate às chamas no distrito de Aveiro, onde está mobilizado o maior dispositivo de combate em Portugal Continental, com os fogos de Arouca e Anadia a manterem uma "pressão muito urbana".
Aveiro era, por volta das 04:45, o distrito que concentrava o maior dispositivo de combate aos incêndios em Portugal Continental, com 1.191 operacionais e 379 viaturas alocadas ao combate de 13 incêndios.
Deste dispositivo, perto de 300 operacionais apoiados por mais de 92 viaturas estava àquela hora a combater as chamas em Arouca, depois de um grupo de viaturas urbanas de Lisboa ter reforçado a intervenção de defesa perimétrica de casas.
"Todos [os incêndios do distrito] são preocupantes. Depende do tipo de classificação ou de importância que dá aos diversos fatores. Este [de Arouca] tem uma pressão muito urbana, o de Anadia também tem uma pressão muito urbana, o de Águeda tem menos, mas todos são importantes", disse à agência Lusa o comandante operacional distrital, José Bismarck.
"O incêndio em Arouca continua com duas frentes desfavoráveis, e estão no limite urbano, portanto, na periferia da vila de Arouca. Está muito próximo de casas e o que nós estamos a fazer é uma defesa perimétrica às habitações", afirmou.
Já os incêndios de Águeda continuava àquela hora a apresentar uma situação "desfavorável, mas a ceder aos meios de combate", e o incêndio de Anadia/ Mealhada também estava "desfavorável", acrescentou.
O comandante operacional distrital de Aveiro adiantou que durante a madrugada continuava a haver casas em risco, uma situação que se deverá manter nas próximas horas, nomeadamente em Arouca.
"O incêndio rodou a vila de Arouca pelo lado norte e isso leva a que uma grande quantidade de casas esteja em risco", afirmou.
"O vento a leste é forte e a humidade relativamente baixa, o que dificulta muito as operações de combate. A previsão das próximas horas é de condições meteorológicas adversas", acrescentou.
José Bismarck disse ainda que de manhã está previsto um reforço de meios para combate ao incêndio florestal.
Por volta das 08:00, "estão previstos três grupos de combate, estão previstas três máquinas de rasto e eventualmente aviões de combate a incêndios", acrescentou.
"Ainda é muito cedo. A definição estratégica do empenhamento dos aviões é feita a nível de comando nacional e será feita de madrugada", concluiu.
A Comissão Distrital de Proteção Civil de Aveiro ativou, na tarde de quarta-feira, o Plano de Emergência, face ao "elevado número" de incêndios que estão a lavrar no distrito.
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