Maria de Belém diz que Cavaco "está a adiar o inadiável"
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 23 nov (Lusa) - A candidata presidencial Maria de Belém considerou hoje que "o Presidente da República está a adiar o inadiável", após Cavaco Silva ter pedido ao secretário-geral socialista, António Costa, para clarificar o entendimento parlamentar à esquerda.
"O Presidente da República está a adiar o inadiável. O país precisa urgentemente de um Governo e, seja qual for o nosso entendimento do interesse nacional, neste ponto estaremos todos de acordo. Existem as condições políticas e institucionais para nomear um novo primeiro-ministro, tanto assim é que o Presidente encarregou o líder do PS de iniciar contactos nesse sentido", afirmou, disse numa curta declaração na sua sede de campanha, em Lisboa.
O secretário-geral do PS, António Costa, deverá responder por escrito hoje mesmo à clarificação requerida pelo Presidente da República, Cavaco Silva, sobre questões que considera omissas nos acordos de Governo subscritos pela esquerda parlamentar.
São seis as questões que o Presidente da República pede para serem esclarecidas, nomeadamente a aprovação dos Orçamentos do Estado, "em particular o Orçamento para 2016" e a aprovação de moções de confiança ao futuro executivo.
"O país precisa de estabilidade política e institucional porque só nesse quadro é possível cumprir todos os compromissos internacionais e assegurar a satisfação das necessidades de todos e cada um dos portugueses", sublinhou ainda Maria de Belém.
O encontro desta manhã entre o secretário-geral do PS e o Presidente da República durou meia hora e seguiu-se às 31 audiências realizadas por Cavaco Silva desde 12 de novembro com confederações patronais, associações empresariais, centrais sindicais, banqueiros, economistas e partidos representados no parlamento eleito nas legislativas de 04 de outubro.
As audiências no Palácio de Belém tiveram início a 12 de novembro, dois dias depois da aprovação por toda a oposição de uma moção de rejeição ao programa do Governo de coligação PSD/CDS-PP, liderado por Pedro Passos Coelho, que implicou a demissão do executivo.
Nesse mesmo dia, 10 de novembro, PS, PCP, BE e PEV assinaram acordos de incidência parlamentar para viabilizar um executivo liderado por António Costa.
A coligação PSD/CDS-PP venceu as eleições de 04 de outubro, com 38,4%, à frente do PS (32,32%), BE (10,19%) e CDU (8,25%). O PAN conseguiu eleger um deputado com 1,39%.
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