Repórteres Sem Fronteiras refere-se a "pesadelo tornado realidade"
Porto Canal / Agências
Paris, 07 jan (Lusa) -- A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) recebeu com "profundo impacto" o ataque de hoje em Paris contra o semanário satírico Charlie Hebdo e que provocou a morte de pelo menos 12 pessoas, definido como um "pesadelo tornado realidade".
"Atacar uma redação com armas pesadas é o tipo de violência a que se assiste no Iraque, Somália e Paquistão", assegurou em comunicado o secretário-geral da ONG, Christophe Deloire, que se deslocou ao local do atentado.
"Esperávamos assistir a este horror em França", interrogou-se, antes de afirmar que se trata "de um pesadelo tornado realidade".
Para o responsável desta organização, com sede em França, o ataque terrorista, supostamente perpetrado por radicais islâmicos, "assinala um dia negro na história" de França.
O diretor geral da Amnistia Internacional (AI) em França, Stephan Oberreit, também se exprimiu em termos idênticos, ao considerar que o ataque significa "um dia negro para a liberdade de imprensa em França".
"Estamos profundamente emocionados por esta tragédia humana e expressamos a nossa total solidariedade com as vítimas e seus próximos", referiu em comunicado.
O atentado perpetrado por dois homens encapuzados e fortemente armados provocou pelo menos 12 mortos e 20 feridos, quatro em estado grave, dizimando a redação do Charlie Hebdo. Stéphane "Charb" Charbonnier, 47 anos e diretor da publicação, Jean "Cabu" Cabut, 76 anos, Georges Wolinksi, 80 anos, e Verlhac "Tignous" Bernard, 58 anos, incluem-se entre as vítimas do ataque.
Segundo testemunhas, os agressores gritaram "Vingámos o Profeta!", afirmou fonte policial. O ministério do Interior francês confirmou o envolvimento de três homens no ataque.
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