Milhares de pessoas acamparam durante a noite frente ao parlamento da Tunísia

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Porto Canal / Agências

Tunes, 29 jul (Lusa) -- Mais de 10.000 tunisinos manifestaram-se no domingo, a favor e contra o governo, durante um protesto frente à Assembleia nacional constituinte (ANC), três dias depois do homicídio do deputado da oposição Mohamed Brahmi, que afundou a Tunísia numa crise política.

Entre quatro e cinco mil manifestantes, incluindo vários deputados e dirigentes da oposição, reuniram-se no final do dia na praça de Bardo, onde fica situado o palácio da ANC, no oeste de Tunes, para exigir a demissão do governo e a dissolução da assembleia dominada pelo partido islamita Ennahda.

Ao início da noite, um apelo largamente difundido pelas redes sociais foi lançado pela "Frente de Salvação Nacional da Tunísia", recentemente criado, pedindo aos tunisinos para participarem em massa no acampamento de protesto ('sit-in') "assim que a segurança da concentração foi garantida pelo próprio ministro do Interior".

Um jornalista da AFP disse que manifestantes rivais acamparam fora do parlamento até ao amanhecer, separados por barricadas de segurança e polícia de choque.

Nenhum incidente foi relatado até às 01:00 locais (01:00 em Lisboa). O acampamento ('sit-in') deve continuar até ao amanhecer, quando recomeça o jejum do Ramadão.

"O povo quer a queda do governo", "Sim à democracia, não aos espíritos retrógrados", ou "Ghannouchi assassino", "O povo quer a queda dos assassinos" e "Chega de Ghannouchi" gritaram os apoiantes da oposição, referindo-se ao líder do Ennahda, Rached Ghannouchi.

Mohamed Brahmi era uma das principais figuras da oposição de esquerda nacionalista, tendo sido assassinado na quinta-feira a tiro frente à sua casa perto de Tunes.

Ghassen, de 23 anos, filho do político assassinado, foi saudado por uma multidão heterogénea, enquanto jovens distribuíam água e alimentos, e outros lançavam fogo-de-artifício num protesto pacífico.

Os apoiantes do Ennahda retorquiram que o parlamento era "legítimo" e que não havia espaço na Tunísia para elementos como o chefe das forças armadas do Egito, general Abdel Fattah al-Sisi, que liderou um golpe que derrubou o presidente islamita Mohamed Morsi no Egito, a 03 de julho.

Em Tunes, antes do amanhecer, a polícia disparou gás lacrimogéneo, quando manifestantes começaram a atirar pedras uns contra os outros. As forças de segurança também desmantelaram tendas que os contestatários do governo tinham erigido fora do parlamento.

Após a dispersão brutal de manifestantes na noite de sábado para domingo pela polícia, o ministro do Interior, Lotfi Ben Jeddou, prometeu garantir a segurança de manifestações pacíficas.

"O ministro disse-nos que tinha dado ordens claras aos agentes (de segurança) para não usar a força contra os manifestantes e todos aqueles que tomem parte do acampamento ('sit-in') frente à Assembleia Nacional Constituinte", disse o deputado da ala esquerda Samir Taieb, depois de uma reunião com Ben Jeddou.

O número de deputados que decidiram boicotar a Assembleia Nacional Constituinte desde o homicídio de Mohamed Brahmi subiu para 65 -- perto de um terço dos 217 deputados, de acordo com Taieb. Estes deputados pedem a dissolução do parlamento e a formação de um "governo de salvação nacional".

Taieb advertiu que a Tunísia se encontra à beira de um "colapso (de segurança) sem precedentes se o governo não se demitir".

O porta-voz do parlamento Mustapha Ben Jaafar, por sua vez, apelou à "moderação" dos seus colegas deputados e instou-os a trabalhar para chegar a um acordo sobre a nova constituição até ao final de agosto.

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Lusa/ fim

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