Linha Rubi do Metro do Porto liberta Gaia já este ano mas ocupa Douro do verão até 2027

Linha Rubi do Metro do Porto liberta Gaia já este ano mas ocupa Douro do verão até 2027
| Porto
Porto Canal / Agências

A construção da Linha Rubi do Metro do Porto deverá ocupar o rio Douro no verão, para a construção da Ponte Ferreirinha até 2027, e desimpedir algumas vias em Gaia ao longo do ano, disse à Lusa um responsável.

 
 
 
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"Na ponte Ferreirinha estamos a construir as fundações dos principais pilares e das escoras que vão suportar o tabuleiro. Temos os pilares mais simples e os encontros já concluídos ou em fase de conclusão. Contamos em breve começar a construir tabuleiro - o primeiro tramo do tabuleiro, do lado de Gaia, que será o tabuleiro com menor altura ao solo", explicou à Lusa o engenheiro Pedro Araújo, gestor do contrato da empreitada da Linha Rubi (Casa da Música - Santo Ovídio) para a Metro do Porto.

Segundo o responsável, que falava no estaleiro da estação Campo Alegre, o objetivo é "de seguida fazer ocupações no rio Douro para a construção de pilares provisórios, que vão auxiliar a construção da ponte, e começar a elevar os pilares principais".

"Estas fases vão dar-se todas em sequência. [...] Assim que saímos das fundações com os principais pilares, vamos começar a ter mais visibilidade da obra além da que já temos, e portanto durante este verão haverá uma diferença mais assinalável na paisagem, vamos continuando e a ponte há de continuar a ser executada, progredindo naturalmente dentro do seu ritmo de construção durante 2026 e também em 2027", detalhou.

Perante o facto do prazo inicialmente previsto ser o final de 2026, fonte oficial da Metro do Porto disse à Lusa que em causa, em 2027, estarão sobretudo acabamentos na ponte, e que o prazo do resto da obra mantém-se para 2026.

Questionado sobre os prazos, Pedro Araújo reconheceu que tal "é um grande desafio".

"Não escondemos, fazemos tudo o que é possível fazer para perseguir esse objetivo e vamos continuar a fazê-lo até ao final. É isso que nos norteia no dia-a-dia", vincou.

Numa entrevista ao JN em fevereiro, o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, já tinha dito que há condições para, no final de 2026, haver "algum tipo de operação na linha Rubi", estando a Metro do Porto preparada para "vários cenários", incluindo o da extensão total ou "começar a operar entre blocos".

Numa visita a três pontos da empreitada (Campo Alegre, Arrábida e Rotunda Edgar Cardoso), relativamente ao Campo Alegre, o túnel até à Casa da Música está previsto começar a ser escavado "assim que houver condições de escavação da estação", algo que deverá ocorrer "nos próximos meses".

Já em Gaia, na Arrábida, com vista privilegiada para o rio Douro, "é um conceito de obra diferente, uma obra à superfície, uma ampla reformulação do tecido rodoviário e pedonal também, e portanto estamos neste momento a construir essas novas vias que vão reformular todo aquele nó da Arrábida", detalhou Pedro Araújo.

"A própria estação da Arrábida em si será uma estação à superfície, tem já várias obras de contenção construídas e elevadas, e portanto prosseguem trabalhos dessa natureza", explicou.

Sobre os atuais constrangimentos à circulação rodoviária que se verificam em Gaia, o responsável da Metro do Porto disse que a a ideia é ir desimpedindo o tráfego.

"À medida que formos tendo partes de obra concluídas poder devolver essa circulação à população. Queremos fazer de uma forma sustentada e quase definitiva, não estar constantemente a proceder a desvios para um lado e para o outro. Em 2025 vamos ter já devoluções em algumas zonas da cidade", revelou, e em 2026 "tudo será devolvido à medida que os trabalhos forem sendo concluídos".

Até à estação da Rotunda Edgar Cardoso está em construção o alargamento do viaduto do Candal, que tecnicamente consiste na construção "de um viaduto ferroviário e um novo viaduto rodoviário".

Na Rotunda, uma autêntica cratera a céu aberto, fruto da escavação de 200 mil metros cúbicos de terras, já se vislumbra o início do futuro parque de estacionamento com capacidade para cerca de 500 veículos, pois a escavação "está concluída".

Já o túnel até Santo Ovídio está dividido em dois troços (das Devesas até Soares dos Reis e depois até Santo Ovídio) que "vão ser escavados a partir de várias frentes", estando a Metro do Porto "a dias de distância de começar a ter três frentes de escavação subterrâneas" em toda a obra, "duas em Gaia e uma no Porto", no Largo Ferreira Lapa.

Quanto a Gaia, "uma das frentes de escavação será a partir da própria estação das Devesas"

"Neste momento temos já parte da estação escavada e parte a chegar perto da abóbada do túnel", explicou Pedro Araújo, referindo ainda que haverá "outra frente de escavação a partir de um poço - poço 4 - que já está escavado ou na fase final de escavação", na Rua Visconde das Devesas.

Já entre Soares dos Reis e Santo Ovídio haverá "um poço de ventilação que vai servir para fazer a escavação do túnel nesse troço nos dois sentidos", bem como "uma frente de escavação a partir de Santo Ovídio", onde a empreitada está "bem mais adiantada" que no Campo Alegre.

"Temos já a escavação completamente executada da estação. Parte do falso túnel que ligará à galeria subterrânea também já está executada", referiu, e quanto à estação está-se agora a "começar a construir a estrutura, e o que se espera é que nos próximos tempos se veja a estrutura a ser erigida".

A Linha Rubi, com 6,4 quilómetros e oito estações, inclui uma nova travessia sobre o Douro, a ponte D. Antónia Ferreira, a Ferreirinha, que será exclusivamente reservada ao metro e à circulação pedonal e de bicicletas.

Em Gaia, as estações previstas para a Linha Rubi são Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida, e, no Porto, Campo Alegre e Casa da Música.

A empreitada tem de estar concluída até ao final de 2026.

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