Começa a ganhar forma o “novo epicentro cultural do Porto”
Porto Canal
O futuro ‘Matadouro Outro Destino Urbano’ partilhou imagens dos trabalhos que continuam a decorrer no antigo Matadouro de Campanhã. Cada detalhe está a ser “meticulosamente cuidado por uma equipa comprometida em transformar este espaço histórico no novo epicentro cultural do Porto”, escreve a ‘M-odu’.
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A obra de reconversão do antigo Matadouro Industrial de Campanhã, no Porto, deverá estar concluída no final de 2025 e os espaços como galerias de arte, museus, escritórios e restaurantes deverão estar a funcionar no início de 2026. Numa visita à obra em maio, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou que a "parte principal do Matadouro estará pronta em 2024". Segundo o autarca, os edifícios que ficarão sob a gestão do município serão entregues em bruto, isto é, sem acabamentos.
"Depois, vamos precisar de tempo, porque temos de fazer os acabamentos", referiu, dizendo serem necessários entre 12 a 15 meses para a galeria artística e o Museu das Convergências, onde ficará sediado o acervo da coleção Távora, começarem a funcionar.
"É provável que as empresas se instalem cá em 2026 e nós também, no início de 2026, devemos poder estar cá todos instalados", assegurou Rui Moreira, notando que a obra decorre "dentro dos prazos" garantidos pela Mota-Engil.
Rui Moreira destacou ainda que o espaço será ponto de encontro entre "o contemporâneo e a memória", ao manter na nave central as estruturas metálicas onde o gado era transportado, em alusão à atividade que ali decorreu durante 70 anos.
"O Matadouro é a cidade que nós queremos. Aqui encontro tudo, encontro a cultura, a coesão e a economia (...) Este é o projeto âncora não apenas para Campanhã, mas de um projeto político que na altura [em 2013 quando tomou posse para um primeiro mandato à frente da câmara] parecia um pouco improvável", acrescentou.
A visita foi acompanhada pelo arquiteto japonês Kengo Kuma, que assina o projeto de reconversão juntamente com os arquitetos portugueses OODA.
Aos jornalistas, o arquiteto afirmou que a obra pretende criar "um novo centro" na cidade e que um dos principais desafios se prendeu com a preservação do complexo.
Também presente na visita, o presidente do conselho de administração da Mota-Engil, Carlos Mota dos Santos, afirmou que fruto da pandemia da covid-19 e guerra se verificou uma subida de preços dos materiais de construção, que levaram a empresa a procurar "outras soluções", o que "alterou de alguma forma o projeto", como a cobertura que passará a ser "mais leve" face ao aumento do custo do aço.
"Em termos arquitetónicos, de conceito e de volumetria o projeto é exatamente o mesmo que foi a concurso", assegurou.
Questionado sobre a travessia por cima da VCI, Carlos Mota dos Santos assegurou que "a obra de arte" começará no final deste ano e decorrerá ao longo do próximo.
"No final deste ano está concluída a primeira fase de obra, no final de 2025 estará concluído o projeto todo", acrescentou.
O antigo matadouro irá designar-se M-ODU (Matadouro Outro Destino Urbano) e terá capacidade para albergar mais de 2.300 pessoas.
Onze edifícios serão destinados a escritórios, dois a galerias de artes e museus e outros dois a restaurantes. Haverá também espaços de 'coworking' e salas de conferência.
O muro do antigo matadouro será demolido e o complexo ficará aberto à zona Oriental do Porto, estando prevista a criação de uma praça pública, onde também ficará sediada a esquadra da PSP.
As máquinas escavadoras da Mota-Engil entraram em maio de 2021 no complexo, fruto de um investimento de mais de 40 milhões de euros, que será integralmente assegurado pela Mota-Engil. No final dos 30 anos da concessão o equipamento regressa àesfera municipal.