Livraria Lello quer elevador e miradouro de 21 metros no edifício vizinho
Porto Canal
Os proprietários da Livraria Lello querem requalificar o edifício adjacente, de que também são donos, e nele construir um elevador e um miradouro com 21 metros de altura. O projeto, que teve para já um parecer negativo da CCDR-N, é assinado por Álvaro Siza Vieira.
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Segundo o jornal Público, o projeto implica a demolição parcial do edifício em questão na Rua das Carmelitas, que fica à esquerda da centenária livraria, citando fontes da Câmara do Porto.
Para além do elevador com superfícies envidraçadas e o miradouro no topo, está também prevista a reconstrução e alteração da infraestrutura, da sua “compartimentação interna, estrutura resistente, fachadas e cobertura”, escreve o jornal.
Mas o facto do espaço estar localizado na zona especial de proteção do Centro Histórico do Porto, classificado como Património Mundial pela UNESCO, pode levantar problemas ao projeto. Enviado para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), este recebeu um parecer negativo.
Em causa está, principalmente, o miradouro de 21 metros. Este teria uma altura consideravelmente maior em relação ao edifício da livraria, que tem apenas mede apenas 10 metros, com outros quatro dos pináculos que decoram a fachada.
Livraria Lello quer construir elevador e miradouro com 21 metros de altura
“O miradouro proposto é (...) uma estrutura muito impactante e dissonante que iria perturbar o perfil edificado existente, tendo em conta a dimensão e os materiais propostos”, lê-se no parecer da CCDR-N, citado pelo jornal Público.
Em resposta ao diário, a Câmara Municipal tinha indicado que o miradouro seria instalado nas traseiras do edifício adjacente à Lello, entre os números 148 e 152 da Rua das Carmelitas.
A CCDR-N também indica, ao Público, que a aprovação deste projeto iria abrir um forte precedente para outras obras do género no Centro Histórico.
A requalificação do edifício foi anunciada em 2021, sendo que agora foi “solicitada a apresentação de uma reformulação”, respondeu a empresa responsáve ao Público. Ainda assim, acredita que, com “diálogo permanente” entre Siza Vieira, a autarquia e a CCDR-N, será possível “encontrar uma solução”.