Câmara do Porto não se compromete com prazos das obras na Pires de Lima

Câmara do Porto não se compromete com prazos das obras na Pires de Lima
| Porto
João Nogueira

“Um condomínio municipal com várias atividades, umas mais temporárias do que outras”. É assim que o presidente da Câmara do Porto explica o futuro da Escola Pires de Lima, que servirá os músicos do Stop, a Escola Profissional Norte Vida e para disponibilizar o acervo da biblioteca municipal. As obras devem arrancar em breve para que, no final deste ano, algumas torres do edifício já estejam a funcionar.

No exterior, a estrutura vai manter-se como está. O edifício vai servir os músicos do Stop, apesar de o centro comercial estar a ser viabilizado. “Uma coisa não inibe a outra”, sublinhou Rui Moreira.

As obras na Escola Pires de Lima, que devem avançar em pelo menos duas fases, vão acontecer no interior para que o edifício funcione como “caixas” destinadas a várias atividades que nunca serão permanentes. “Como um lego”, descreveu o presidente da Câmara do Porto, usando o exemplo do Mercado Ferreira Borges.

O tema foi discutido na reunião do executivo desta segunda-feira, na qual o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e o vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, recorreram a uma maquete da escola para apresentar ao executivo a ideia que está a ser desenvolvida.

“Numa primeira fase, vamos intervir nos três blocos”, explicou Pedro Baganha, informando que os espaços vão servir “para espaços de gravação e outro para a Escola Profissional Norte Vida”. O antigo ginásio do estabelecimento vai servir “provisoriamente para os periódicos da biblioteca municipal poderem ser consultados e levantados”. A necessidade surge porque as bibliotecas municipais estão a sofrer obras atualmente.

Os espaços vão abrir à medida que fiquem concluídos, mas Rui Moreira sublinha que a ideia de criar ali estúdios de gravação mantém-se, até porque não existem muitos pela cidade que respondam à quantidade de pessoas que os procuram.

Quanto a prazos, Rui Moreira disse não se comprometer. A mesma posição foi tomada pelo vereador do Urbanismo que acrescentou, no entanto, esperar que “no final já possamos ter alguma coisa a acontecer, com gente a utilizar os espaços na primeira torre, eventualmente na segunda”.

O projeto “é atípico”, sublinhou o vereador, justificando um atraso de três meses quanto a estas obras pelo facto do Ministério da Educação ceder o edifício sem quaisquer plantas. “Estávamos a esperar desenhos, mas tivemos que começar do zero absoluto. Atrasou dois a três meses”, expôs Pedro Baganha.

Neste momento, todos os problemas estruturais como infiltrações já foram resolvidos. “Terminamos agora a contratação de um consultor específico para estas matérias da acústica e das salas de ensaio e espaços de gravação, uma competência além do município”, explicou o vereador do urbanismo.

Gestão pelos Amigos do Coliseu

Outro concurso que a Câmara vai abrir também tem que ver com a gestão daquele espaço. Inicialmente, a intenção era entregar a gestão à Associação Amigos do Coliseu, mas a ideia não avançou depois do diálogo entre a Câmara e entidades externas.

“É perigoso e nós podíamos ter dificuldades. (As equipas externas) consideraram que a evocação da dependência dos Amigos do Coliseu relativamente à Câmara Municipal do Porto podia ser amanhã contestada. Por isso vamos lançar um concurso”, afirmou Rui Moreira.

Câmara sugere alugar espaço no Stop

Rui Moreira disse ainda que reuniu com os proprietários do Stop e que estão a ser dados passos para o Stop funcionar sem condicionamentos.
“Há um conjunto muito extenso de intervenções, que eram exigidas pelo relatório da ANEPC, que neste momento estão concretizadas. Estamos a falar de tudo aquilo que tem a ver com a parte de socorro a incêndios, a nível de intervenções internas, de sinaléticas, extintores”, disse o autarca.
Neste momento está a faltar apenas a saída de segurança das traseiras do edifício, que terá sido obstruída pelo proprietário vizinho, que levantou um muro. “Nós pedimos à fiscalização para lá ir e que confirmou que era verdade. E estamos a verificar como podemos resolver esse problema da porta”, explicou Rui Moreira.
O autarca acrescentou ainda que a Câmara teve conhecimento de espaços que não estão a ser utilizados, abrindo a hipótese de alugar um deles: “Ficamos a saber que há lá alguns espaços que não estão a ser utilizados, nomeadamente um espaço multiusos que a Câmara do Porto admitiria alugar, o que poderia ajudar não só a atividade dos músicos, porque permitiria manter e guardar lá alguns equipamentos, e também dar alguma ao centro comercial. As notícias nessa matéria são boas”.

 

+ notícias: Porto

Rui Moreira: "Se eu pudesse impedir uma manifestação de extrema-direita, impediria"

O presidente da Câmara Municipal do Porto garantiu este sábado que não tem poder para autorizar ou proibir manifestações, um direito consagrado na Constituição, e desafiou quem o critica a alterar a lei caso considere que esta está mal redigida.

PSP proíbe manifestação pelo direito ao espaço público no Porto

Uma manifestação agendada para este sábado no Porto para reclamar o direito ao espaço público, em que compareceram cerca de 50 crianças, jovens e adultos, foi proibida porque a PSP alegou “conflitos com “liberdade de circulação com demais cidadãos".

Incêndio em colégio no Porto já está extinto

O incêndio que deflagrou ao início da tarde de deste domingo no Colégio Flori, no Porto, "já está extinto" e em fase de rescaldo e ventilação, adiantaram ao Porto Canal as autoridades.