Novo Banco perdoou mais de 36 milhões ao Sporting

Novo Banco perdoou mais de 36 milhões ao Sporting
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Porto Canal

O Sporting comunicou à Comissão de Mercados e Valores Mobiliários na noite desta quarta-feira a aquisição dos Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis que estavam ainda na posse do Novo Banco. Na prática, a aquisição destes valores financeiros, que foram criados na sequência de sucessivas restruturações da dívida do clube de Alvalade, resultam num perdão de dívida sem precedentes no futebol português. Os 51,5 milhões em dívida passaram para 14,37.

Foram criadas originalmente em 2011, já na altura como forma de resolver o passivo financeiro do Sporting. As VMOC tinham um valor inicial de 55 milhões de euros e transformavam-se em capital da sociedade leonina caso o clube de Alvalade não pagasse a dívida aos bancos — BES e BCP — até ao seu vencimento.

Só que os maus resultados desportivos e as contas no vermelho nunca permitiram aos leões cumprir com as suas obrigações perante a banca. Em 2014, já com Bruno de Carvalho no comando, a solução passava por uma nova emissão de VMOC. As VMOC “tipo B” tinham então um valor global de 80 milhões de euros; tudo somado, BES e BCP passavam a ter no Sporting 135 milhões de euros só em valores convertíveis. Caso o clube não pagasse este valor até à maturidade da dívida, 2016 no caso das VMOC “tipo A” e 2019 no caso das VMOC “tipo B”, perderia a totalidade do controlo da SAD.

De reestruturação em reestruturação, até ao perdão final

Semanas antes do ataque à Academia de Alcochete, Bruno de Carvalho publicava um artigo no Diário de Notícias em que dava conta da situação financeira do Grupo Sporting e revelava que o clube e os bancos (BCP e BES) tinham chegado a um princípio de acordo para fixar o valor da recompra dos VMOC (inicialmente emitidas por 1 euro): 30 cêntimos. Um haircut de 70%. Ou seja, bastariam agora 40,5 milhões de euros para o Sporting pagar uma dívida que contraíra anos antes por 135 milhões.

Foi já sob a liderança de Frederico Varandas que o acordo com a banca foi consumado. A 9 de outubro de 2019, o Sporting comunicou ao mercado a alteração dos termos da opção de compra dos VMOC. O BCP abdicava de mais de 58 milhões. Novo Banco, um banco sob ajuda estatal, perdoava 36. O Sporting garantia, assim, um primeiro desconto de 94,5 milhões de euros sobre os 135 milhões em dívida.

Mas os perdões não ficariam por aqui. Faltava um dia para as eleições que viriam a reconduzir Frederico Varandas, a 4 de março de 2022, quando o Presidente do Sporting apresentou o “trunfo eleitoral” e falou daquele que considerava ser “um dia histórico” para o clube. “O Sporting Clube de Portugal fechou hoje o acordo para comprar os VMOC detidos pelo Millenium BCP, garantindo a maioria do capital da SAD”, começou por dizer o presidente leonino. Um dia histórico, até porque se não conseguisse concluir o acordo, o clube “perderia o controlo da SAD.”

O valor, saber-se-ia uma semana depois, aproxima-se dos 14 milhões de euros. O perdão de 70% era, afinal, no caso do BCP, de 83,3%, correspondente a 69,5 milhões de euros. O banco argumentou que a operação permitiu "minimizar perdas."

Esta quarta-feira, o Sporting comunicou ao mercado um acordo com o Novo Banco, que dependeu de uma operação de financiamento que inclui a antecipação de receitas do clube leonino.

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