Pedro Nuno Santos: "A TAP não é hoje um problema para o país"
Henrique Ferreira
Pedro Nuno Santos afirma que a TAP "não é hoje um problema para o país". O candidato à liderança do PS admite que a intervenção na companhia "foi polémica", mas recorda os bons resultados da empresa, que "nos primeiros nove meses do ano deu mais de 200 milhões de euros de lucro".
Em entrevista à SIC, no dia em que apresentou a candidatura ao cargo de secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos diz que "não tem de haver pressa em relação ao dossiê", porque a TAP é agora "uma empresa com saúde financeira".
Momento "não é ideal", mas "política é assim"
Sobre a crise política vivida atualmente, Pedro Nuno Santos diz que a sua reação foi de "surpresa" e "preocupação com o impacto na confiança dos portugueses" nas insituições e no Partido Socialista.
Apesar disso, o candidato explica que “a vida é assim e a política é assim".
Pedro Nuno reforça ainda que estava longe de desejar ser candidato agora, mas que "a realidade precipitou-se" e "criaram-se as condições" para avançar.
"Este obviamente não é o momento ideal, preferido para qualquer candidato”, afirma.
Pedro Nuno Santos apresentou, esta segunda-feira, a candidatura à liderança, no Largo do Rato
Opinião sobre Coligação PSD-IL e a hipótese de nova "geringonça"
Pedro Nuno Santos diz ainda, em entrevista à SIC, que "o projeto PSD-IL já é suficientemente radical" para o preocupar e que "a esquerda tem muitas esquerdas" e que não fala em nome de todas elas.
Sobre a hipótese de uma nova geringonça, o candidato garante que o PS se vai apresentar a eleições “sozinho”, com a sua autonomia estratégica.
“Vamos tentar lutar pelo melhor resultado possível. É só isso que temos na nossa cabeça. Temos de conseguir mobilizar o partido e o povo”, afirma.
Depois das eleições, essa solução será analisada “consoante o arranjo parlamentar que sair das eleições".
No lugar de Galamba Pedro Nuno tinha-se demitido mais cedo
Sobre a demissão de João Galamba, que o ministro apresentou esta segunda-feira, Pedro Nuno Santos admite que, se fosse consigo, ter-se-ia demitido mais cedo, porque a certa altura é mais importante “o impacto” da continuação no Governo do que “ter a verdade do seu lado”.
Já sobre os motivos que o levaram a sair do Governo, o candidato à liderança do PS volta a assumir os "erros" do passado. “Obviamente a minha saída do Governo deve-se a um processo que não correu bem, altamente escrutinado”, afirma.
“Era para mim insuportável a ideia de termos de esperar mais um tempo prolongado para se decidir a localização do aeroporto. O país está há 50 anos a tentar”, recorda.
Pedro Nuno Santos e João Galamba, os dois ex-ministros das Infraestruturas
Pedro Nuno Santos não se "opôs" a Mário Centeno como PM de transição
Quanto à candidatura de José Luís Carneiro, Pedro Nuno Santos diz achar “importante” que o adversário tenha avançado, porque isso “enriquece o debate”.
Já sobre a hipótese de não se avançar para eleições antecipadas e a maioria absoluta continuar com Mário Centeno, Pedro Nuno diz que não se “opôs” a essa solução, mas que a decisão seria do Presidente da República.